PROAJA, programa de alfabetização, vai atender mais de 180 mil pessoas em todo Piauí
O governador Wellington Dias se reuniu na tarde desta quarta-feira (23), no Palácio de Karnak, com equipes da Secretaria da Educação (Seduc) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsáveis pelo Programa de Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos (Proaja). Mais de 180 mil pessoas serão atendidas na modalidade este ano em turmas espalhadas pela capital e interior do Piauí. Parte do alunado já está em sala de aula.
Calorinda Rosa de Mesquita Silva, 72, conhecida como Dona Calô, é uma das estudantes mais entusiasmadas da turma que funciona na Unidade Escolar Tomaz de Arêa Leão Filho, bairro Três Andares, em Teresina. Ela mostrou ao governador o caderno de atividades corrigidas e avaliadas com conceito máximo. Mãe de 4 filhos, a costureira, natural de Novo Santo Antônio, está conhecendo as letras agora e tem planos ousados. “Eu sou caprichosa demais. Vou até o fim e se der vou me formar em administração” afirmou.
“Quero receber o convite e comparecer a está formatura” disse o governador.
A disposição da idosa estimula quem está por perto. Pessoas da vizinhança estão acompanhando dona Calô nas aulas.
“As colegas de sala, geralmente quatro ou cinco, passam para ir junto com ela, que sempre pede a gente para ligar e saber se vão, para ninguém faltar”, revelou Maria de Deus, filha mais nova de dona Calô, que coordena turmas do Proaja.
O Proaja é uma estratégia do Governo do Estado para acabar com o analfabetismo, que vem caindo significativamente no Piauí. De acordo com o secretário de Educação, Ellen Gera, no início dos anos 2000, cerca de 35% da população acima de 15 anos era analfabeta. Em duas décadas, este índice reduziu para 16%.
“Vamos estudar uma forma de repescagem para alcançar aqueles que pararam de frequentar as aulas do Proaja por algum motivo. Ler e escrever é uma condição básica para acessar o ciclo completo da educação que o Piauí já oferece na rede pública”, destacou o governador.
“Estas pessoas passam agora a ter direito ao seu processo de alfabetização e a ideia é que na sequência elas deem seguimento ao processo de escolarização por meio de nossa rede”, ponderou Ellen Gera.
O Proaja é executado através de convênio com entidades parceiras credenciadas mediante edital aprovado por lei. A FGV presta consultoria e apoio técnico. Dentro de 4 meses as primeiras turmas devem concluir a carga horária. A Fundação Roosevelt Bastos, uma das entidades conveniadas, atende a 6.400 alunos. O sentimento compartilhado no corpo de colaboradores expressa gratidão.
“O trabalho é muito gratificante pelo fato de termos pessoas idosas felizes por estarem estudando. Temos também professores que durante uma fase da pandemia estavam desempregados e agora estão trabalhando, colocando alimento na sua casa”, avaliou Vanda Santos, vice-presidente Fundação Doutor Roosevelt Bastos.