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Motoristas e cobradores de ônibus paralisam pela 7ª vez

Os motoristas e cobradores de ônibus de três empresas do Consórcio Theresina, estão realizando nesta segunda-feira (31) a sétima paralisação de 2021 por falta de pagamento dos salários atrasados, já que alguns funcionários estão sem receber desde janeiro deste ano. Com a paralisação, toda Zona Sudeste de Teresina fica prejudicada.

O Consórcio Theresina, que atua na Zona Sudeste, é formado por seis empresas, e apenas três estão funcionando, o que está afetando o atendimento aos usuários do transporte coletivo da região.

Os trabalhadores das três empresas do Consórcio Theresina estão realizando pelo menos uma paralisação por mês, desde o início do ano, como forma de reivindicar o pagamento dos salários que estão atrasados, já que muitos estão há 5 meses trabalhando, mas sem receber.

Setut se manifesta

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) encaminhou uma nota afirmando que a falta de repasse da Prefeitura de Teresina em relação aos subsídios do sistema de transporte, tem causado vários problemas, entre eles o atraso no pagamento dos salários dos trabalhadores.

“O Setut defende ainda que a gestão municipal possa participar de um acordo junto à esfera trabalhista, para auxiliar na solução dos problemas enfrentados por essa categoria na cidade”, afirmou.

Confira a nota na íntegra:

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que em 2021, a Prefeitura de Teresina não fez nenhum repasse de subsídios ao sistema de transporte e isso contribuiu para aumentar ainda mais as dificuldades enfrentadas pelo setor, como o pagamento aos trabalhadores, manutenção do sistema, dentre outros fatores.

O Setut defende ainda que a gestão municipal possa participar de um acordo junto à esfera trabalhista, para auxiliar na solução dos problemas enfrentados por essa categoria na cidade.

A entidade ressalta que tem buscado sistematicamente o diálogo e alternativas efetivas para solucionar a crise do sistema de transporte público e lamenta os transtornos causados à população de Teresina.

Acordo não cumprido

Em março os trabalhadores iniciaram uma greve porque estavam desde janeiro sem receber os salários. Foi fechado um acordo com o Ministério do Trabalho, para que os trabalhadores retornassem ao trabalho, suspendendo a greve por 90 dias, e as empresas deveriam pagar os salários de janeiro.

A decisão foi tomada após uma audiência de conciliação promovida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 22ª Região, entre os trabalhadores e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut). Além da suspensão do movimento grevista, que já durava 35 dias, o órgão solicitou, durante a reunião, o pagamento do salário de janeiro.

CPI do transporte público

Mesmo após o fim da greve, uma parte da categoria afirma que continua com salários atrasados e trabalhando em condições precárias. Segundo os trabalhadores, há colegas dependendo da doação de cestas básicas, porque estão recebendo apenas R$ 80 de salário. Houve campanha entre a categoria para arrecadar alimentos e ajudar os colegas.

No dia 18 de maio teve início a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público de Teresina, que investiga possíveis irregularidades no sistema. O primeiro a ser ouvido na Câmara Municipal de Teresina (CMT) foi o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano (Sintetro), Ajuri Dias.

Em seu depoimento, Ajuri Dias afirmou que 60% dos trabalhadores foram demitidos e a frota que atende a população foi drasticamente reduzida. O sindicalista disse à Comissão que desde março de 2020 as empresas prestadoras do serviço de transporte público têm atrasado com frequência o pagamento de salário e benefícios aos funcionários.

Segundo ele, existem atualmente 180 ônibus transportando a população teresinense, ou seja, 140 a menos do que o mesmo período do ano de 2020.

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