Pandemia afeta mais o gênero feminino
Durante a pandemia da covid-19, além do medo em contrair a doença, mulheres vivenciaram a sobrecarga de trabalho dentro de casa. Trabalho, filhos e o serviço doméstico de acordo com o estudo da Organização Gênero e Número, dentro do ambiente doméstico, metade das brasileiras precisaram cuidar de alguém para além das suas atividades obrigatórias.
De acordo com a assistente social da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM), Caroline Leal, em tempos de crise humanitária, social ou política, os direitos das mulheres comumente são os mais afetados.
“A mulher teve que se adequar a uma nova rotina durante essa pandemia, observou-se dentro dos lares o aumento da jornada de trabalho, as mulheres tiveram que lidar com o isolamento, trabalho doméstico, o cuidado com o filho, além de conciliar com o trabalho no ambiente de seu lar, em Teresina não foi diferente do restante do Brasil”, afirmou Caroline Leal, assistente social da SMPM.
A advogada Justina Vale, de 43 anos, precisou adotar a rotina home office. Mãe de duas meninas, a servidora pública teve sua rotina intensificada com as atividades domésticas, cuidar das filhas e do trabalho.
“É muito difícil, tem o trabalho, o marido, a limpeza da casa e as preocupações porque o orçamento foi muito afetado. O lar, que antes significava descanso, se tornou cansaço e sobrecarga”, disse.
Tensão e preocupação redobrados foram os sentimentos vividos por Margarida Santana, de 59 anos. Empregada doméstica em Teresina, precisava chegar ao trabalho usando quatro ônibus por dia.
“A trabalhadora doméstica precisa sair de casa para ganhar o sustento e isso causa muito medo. Eu tive muito medo de ser demitida e ficar sem renda. Era medo do vírus, medo do desemprego, fome e necessidade. Nosso “psicológico” fica muito debilitado”, declarou Margarida.