Cólera autóctone retorna ao Brasil após 18 anos; caso confirmado em Salvador
Um homem de 60 anos foi diagnosticado com cólera autóctone em Salvador, Bahia, marcando o primeiro caso do tipo no Brasil em 18 anos. O paciente não viajou para áreas afetadas ou teve contato com pessoas infectadas, o que levantou preocupações sobre a propagação da doença.
O caso foi confirmado pelo Ministério da Saúde após exames laboratoriais que identificaram a bactéria Vibrio cholerae O1 Ogawa. Em nota, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente informou que duas semanas antes ele havia feito uso de antibiótico para tratamento de outra patologia.
As autoridades de saúde também afirmaram que o caso é isolado, não desencadeou surto na cidade, e medidas preventivas estão sendo tomadas.
“Trata-se de um caso isolado, tendo em vista que não foram identificados outros casos, após a investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde locais junto às pessoas que tiveram contato com o paciente”, informou o Ministério da Saúde, por meio de nota técnica.
A cólera é transmitida por água ou alimentos contaminados e causa diarreia grave e desidratação rápida. O período de transmissão da doença é de um a dez dias após a infecção. Entretanto, para as investigações epidemiológicas, no Brasil, está padronizado o período de até 20 dias por margem de segurança.
A prevenção da cólera envolve higiene adequada, tratamento de água e alimentos, e atendimento médico imediato em caso de sintomas.
No Brasil, os últimos casos autóctones de cólera ocorreram em Pernambuco nos anos de 2004 e 2005, com 21 e cinco casos confirmados, respectivamente. A partir de 2006, não houve casos de cólera autóctones, apenas importados, sendo um de Angola, notificado no Distrito Federal (2006); um proveniente da República Dominicana, em São Paulo (2011); um de Moçambique, no Rio Grande do Sul (2016); e um da Índia, no Rio Grande do Norte (2018).