Polícia tenta prender ex-motorista de socialite, acusado de cárcere
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza hoje uma operação para prender José Marcos Chaves Ribeiro, ex-motorista da socialite Regina Lemos Gonçalves. Ele é acusado de tentativa de feminicídio, sequestro, cárcere privado, violência psicológica e furto. Segundo a família de Regina, o homem teria mantido a socialite isolada em casa, sem contato com parentes e amigos, durante 10 anos.
Acusações e histórico de violência
A acusação de tentativa de feminicídio remonta a uma internação de dezembro de 2021. Na ocasião, Regina foi hospitalizada com uma grave lesão na cabeça e precisou passar por uma cirurgia, sem que a família fosse informada. Além das agressões, também foram denunciados roubos milionários, falsificação de documentos e violência psicológica.
A Justiça determinou a desocupação da mansão de Regina, administrada por José Marcos. Equipes policiais realizam buscas na residência e em apartamentos da socialite. José e outros investigados estão proibidos de se aproximar ou entrar em contato com Regina. Em sua defesa, ele alega que os dois tinham uma união estável.
Década de isolamento e fuga dramática
José Marcos viveu com Regina desde 2011, período em que obteve autorização de curatela provisória da idosa, alegando cuidar dos interesses dela. Durante os 13 anos juntos, ele teria, segundo a família, gradualmente isolado Regina. Vizinhos do tradicional edifício Chopin, em Copacabana, notaram o desaparecimento dela em dezembro de 2023. Em janeiro de 2024, Regina conseguiu fugir do suposto cárcere, vestindo apenas a roupa do corpo.
“Quando ela conseguiu fugir, estava com 42 kg, apenas com a roupa do corpo. Minha tia foi agredida, apareceu com dentes quebrados e teve afundamento de crânio. As mãos estavam quebradas e mal enfaixadas. Foi horrível, mas agora ela está bem e a única coisa que nós queremos é justiça”, relatou Álvaro O’hara, sobrinho de Regina, em entrevista ao UOL em abril de 2024.
Investigação e buscas
As investigações começaram em novembro de 2023, quando a polícia começou a coletar depoimentos, laudos e registros médicos do período em que José morou com Regina. A operação de hoje representa um avanço significativo no caso, com o objetivo de responsabilizar os acusados e garantir a segurança da vítima.