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menina de 4 anos é a quinta vítima fatal de envenenamento familiar

Maria Gabriele Fontenele, de apenas quatro anos, morreu na madrugada desta quarta-feira (22) após 21 dias internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). A criança foi transferida de Parnaíba para Teresina em 3 de janeiro, após um caso de envenenamento que vitimou oito membros de uma mesma família no dia 1º de janeiro, em Parnaíba, litoral do Piauí.

Das oito pessoas afetadas, Maria Gabriele era a única que ainda permanecia hospitalizada. A tragédia já havia levado à morte outras quatro pessoas, incluindo a mãe e os irmãos da criança, após ingerirem arroz contaminado com veneno. “A direção informa que todos os reforços foram realizados para o pronto restabelecimento da menor, lamenta o ocorrido e se solidariza com familiares e amigos neste momento de dor”, informou o HUT em nota.

Histórico de perdas

Maria Gabriele era irmã de Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7 anos, mortos em agosto de 2024 pela ingestão do mesmo pesticida. A mãe das crianças, Francisca Maria, também foi vítima do envenenamento, assim como Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, tio das crianças e primeira pessoa a falecer na tragédia do início do ano. Manoel morreu logo após ingerir o alimento ainda na residência.

Outras três mortes ocorreram em sequência:

  • Igno Davi Silva, de 1 ano e 8 meses, morreu no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, um dia após o envenenamento.
  • Maria Lauane Fontenele, de 3 anos, faleceu no HUT em 6 de janeiro por falência múltipla dos órgãos.
  • Francisca Maria da Silva, mãe das crianças, morreu na UTI do Hospital Dirceu Arcoverde cinco dias após o incidente.

Investigação e suspeito

O principal suspeito do crime é Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto de Francisca Maria. Ele foi preso sete dias após o envenenamento, acusado de colocar veneno no arroz que a família consumiu no dia 1º de janeiro. Francisco chegou a ser internado após apresentar sintomas de intoxicação, mas foi liberado 24 horas depois.

Sobreviventes

Além das mortes, o caso deixou três sobreviventes:

  • Uma criança de 11 anos que ficou internada no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Parnaíba, e recebeu alta no último final de semana;
  • Uma mulher de 41 anos e uma adolescente de 17 anos, ambas atendidas no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde com sintomas de intoxicação e liberadas após medicação.

Confirmação de pesticida

Cinco dias após o envenenamento, o Instituto de Criminalística do Piauí confirmou a presença de terbufós, uma substância tóxica usada em pesticidas, no arroz consumido pela família e no estômago de Manoel Leandro da Silva. De acordo com a perícia, o veneno foi adicionado à comida durante o preparo do almoço do dia 1º de janeiro.

Impacto e conclusão

A tragédia que abalou Parnaíba e todo o estado do Piauí reforça a importância de medidas rápidas para investigar e responsabilizar os culpados. Enquanto a família e a comunidade lamentam as perdas irreparáveis, as autoridades continuam trabalhando para elucidar os detalhes do crime e prevenir novos casos semelhantes.