Piauí Registra 236 casos prováveis de dengue em 2025 e alerta para circulação do sorotipo 3
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O Piauí registrou 236 casos prováveis de dengue em 2025, sendo 126 confirmados até o momento. Embora o número de vítimas seja menor em comparação ao mesmo período do ano passado, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) emitiu um alerta sobre a circulação do vírus tipo 3 da doença. De acordo com o órgão, esse sorotipo não era registrado no Brasil desde 2008 e já foi detectado em diversas regiões do país. Esse tipo de vírus pode causar formas graves da dengue, deixando grande parte da população vulnerável.
Para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, a FMS ampliou as ações de educação e conscientização. O presidente do órgão, Charles Silveira, enfatizou a importância da colaboração da população na prevenção. “Pedimos que todos realizem inspeções semanais em suas casas para evitar o acúmulo de água parada, principalmente nesse período chuvoso. Além disso, servidores da FMS estão inspecionando residências para eliminar possíveis criadouros do mosquito. Esta é uma luta pela vida e pela saúde”, afirmou.
A médica Amariles Borba ressaltou a importância da hidratação nos pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado da doença. “Recomendamos que os pacientes mantenham a urina transparente, semelhante à água que bebem, durante as 24 horas do dia, pois isso indica uma boa hidratação. Estamos reforçando esse alerta aos profissionais de saúde, com base nas recomendações do Ministério da Saúde”, destacou.
A especialista explicou que existem quatro sorotipos do vírus da dengue, e qualquer um deles pode levar à forma hemorrágica, que é potencialmente letal. “Quem contrai o tipo 1 ganha imunidade contra esse sorotipo, mas ainda pode ser infectado pelos tipos 2, 3 e 4. Estudos apontam um maior risco de complicações graves em infecções subsequentes. Além disso, os tipos 2 e 3 estão frequentemente associados a manifestações mais severas”, alertou.
Quanto à vacinação, a médica enfatizou que o Brasil ainda não dispõe de doses suficientes para toda a população. “A empresa japonesa Takeda fornece vacinas contra a dengue ao Brasil, mas a quantidade ainda é limitada. Outras instituições também estão desenvolvendo imunizantes, mas, enquanto isso, o tratamento da doença é apenas de suporte para os sintomas. Por isso, precisamos de um esforço conjunto para evitar a proliferação do mosquito”, finalizou.