Mãe de vereadora presa admite ter entregado celular na prisão; MP pede investigação
A mãe da vereadora Tatiana Medeiros (PSB) admitiu ter entregado um celular à filha, que está presa no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí (QCG), em Teresina. Além do celular, um tablet também foi encontrado na cela da parlamentar na última terça-feira (20). A revelação levou o Ministério Público a defender a ampliação das investigações.
Tatiana Medeiros foi presa pela Polícia Federal no dia 3 de abril, sob acusações de lavagem de dinheiro e envolvimento com uma facção criminosa que, segundo a investigação, teria financiado sua campanha eleitoral em Teresina. Após a descoberta dos aparelhos eletrônicos, a Corregedoria da Polícia Militar do Piauí instaurou um processo administrativo para apurar como os equipamentos entraram na unidade prisional.
Durante depoimento prestado à Corregedoria da PM-PI na manhã desta sexta-feira (23), Maria Odélia, mãe da vereadora, confessou ter entregue o celular à filha. Ela também afirmou que o tablet já estava com Tatiana desde o início da prisão.
A situação levou o promotor de Justiça Assuero Stevenson a defender que Maria Odélia também seja alvo de investigação. “O inquérito tem que ser totalmente formalizado, porque quem facilita comete crime. Tem que se saber se algum policial facilitou. Se não ficar caracterizado que nenhum policial teve envolvimento e ela (Maria Odélia) confessou, então o inquérito será remetido para a justiça comum através da Secretaria de Segurança”, explicou o promotor.
O caso ganhou ainda mais atenção após Tatiana Medeiros ser encontrada desacordada em sua cela na quarta-feira (21). Ela foi levada ao hospital com um quadro de intoxicação provocado pelo uso excessivo de medicamentos para controle de pressão arterial.
As investigações seguem em andamento e devem esclarecer não apenas a entrada dos aparelhos, mas também a possível conivência de agentes públicos no episódio. O Ministério Público aguarda a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM) para decidir os próximos passos judiciais.