Sociedade

Karol Lannes repudia pressão estética: “Temos que nos amar do jeito que somos”

Quase nove anos depois de encarnar Ágata, a filha rejeitada de Carminha (Adriana Esteves), em Avenida Brasil, a atriz Ana Karolina Lannes, de 21 anos, ainda é associada à personagem nas ruas e nas redes sociais.

“Me sinto extremamente feliz em ser reconhecida pela Ágata até hoje porque foi um papel incrível, que mudou a minha carreira e sempre vou lembrar dele. Mas muitas pessoas também lembram de mim como a Marcelina, do filme ‘Minha mãe é uma peça’, e de outros papéis. Um papel sempre acaba se destacando mais que outro”, defende ela, que filmou recentemente uma série. “Não posso adiantar nada ainda, mas a produção está sendo rodada em São Paulo. Só isso que posso dizer”.

Filha do diretor comercial Fabio Lopes e do dermatologista João Paulo Junqueira, a atriz conta que, na infância, foi vítima de preconceitos e fofocas por ser criada por um casal gay.

“Sofri mais quando era criança. Hoje em dia as coisas estão tranquilas. O importante é a gente normalizar as famílias, as coisas não precisam ter um tabu em volta. É óbvio que ter uma família diferente causou um estranhamento [no passado], mas, hoje em dia, lido muito bem com isso”, afirma ela, que também é gay e está solteira.

Ano passado, Karol se mudou sozinha para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde estava cursando Artes Cênicas e ficou morando longe da família.

“Tranquei a faculdade por conta da pandemia e vou me mudar para São Paulo em outubro e prestar bolsa para outra faculdade. Estão aparecendo uns trabalhos e as coisas estão acontecendo”, explica ela, que também atua como professora de inglês. “Estou dando aula on-line. Agora não porque estou trabalhando [como atriz], mas gosto muito da língua e pretendo futuramente unir a atuação ao ensino do idioma e viajar para fora do Brasil também. Gosto bastante dessa ideia”.

EMPODERAMENTO

Karol sempre contou com o suporte emocional dos pais (ela perdeu a mãe na infância) para tudo, especialmente no processo de construção de sua autoimagem.

“Tenho uma família que sempre prezou muito o diálogo. Também prezo muito o diálogo e quando encontro pessoas que não sabem dialogar, fico meio assim. A minha autoimagem veio muito também da minha família, dessa mania de querer ir atrás das coisas, de ser mais independente. Mas, no fim das contas, ela se concretizou mesmo depois da maioridade, depois que fui morar sozinha e que tive certas experiências e passei por perrengues. Com o tempo, vamos nos conhecendo, é algo natural. Para mim, minha autoimagem está em constante construção, desconstrução e reconstrução”, afirma.

Adepta do body positivity, que prega a aceitação dos mais diferentes tipos de corpos, Karol se considera segura em relação ao próprio corpo, mas admite que não é todo dia que se sente maravilhosa.

 

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