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Caso Camila: ex-capitão Allisson Wattson é condenado a mais de 17 anos de prisão

Após mais de 16 horas de julgamento, o Tribunal Popular do Júri condenou na madrugada deste sábado (25) o ex-capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson, a 17 anos, 7 meses e 21 dias de reclusão e 4 meses e 20 dias de detenção, pelo feminicídio contra a estudante de Direito, Camilla Abreu, que foi morta com um único disparo de arma de fogo na cabeça, em outubro de 2017. A sessão foi presidida pela juíza Rita de Cássia da Silva, e teve início nesta sexta-feira (24).

 

A sessão de julgamento ocorreu na 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, do Tribunal de Justiça. O ex-policial foi julgado pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da ofendida, ocultação de cadáver e fraude processual.

 

A pena inicial foi de 17 anos, 6 meses e 15 dias de reclusão e 4 meses e 20 dias de detenção, no entanto, seguindo o princípio da detração penal, que é o abatimento da sentença pelo tempo em que o réu ficou preso preventivamente, a juíza Rita de Cássia da Silva fixou pena de 17 anos, 6 meses e 15 dias de reclusão e 4 meses e 20 dias de detenção. Allisson Wattson deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.

 

“Fixo a pena concreta e definitiva em 17 anos 6 meses e 15 dias de reclusão e 4 meses e 20 dias de detenção e 70 dias-multas, devendo ser observado o que estabelece o Artigo 69, parte final do código penal. O Artigo 387 do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei 2.736 de 2012, estabelece que a detração penal deve ser realizada pelo juiz de conhecimento no momento em que é prolatada a sentença condenatória, no ponto, verifico que o condenado permaneceu preso preventivamente no período entre o dia 31 de outubro de 2017 até essa data, aplicando a detração penal, consta o total de pena de 13 anos, 7 meses e 21 dias de reclusão e 4 meses e 20 dias de detenção”, sentenciou a magistrada.

 

Alegou que tiro foi acidental

 

Durante seu julgamento, o ex-capitão alegou que o disparo que tirou a vida de sua namorada ocorreu de forma acidental, no Povoado Mucuim, próximo a BR 343, em Teresina. De acordo Allisson, no local, ele teve uma discussão com Camilla e segundo a versão do ex-capitão, a estudante de direito conseguiu pegar sua arma de fogo, o que deu início a uma luta corporal entre o casal e logo depois houve um disparo de arma de fogo.

 

 

“Descemos do meu carro para namorar e acabamos discutindo um assunto que não me agradou e retornei ao carro para vestir minha roupa. No momento que eu estava colocando minha camisa, ela pegou a minha arma. A minha arma sempre andava ‘quente’ [engatilhada] porque já é costume de policial, pois pode atirar a qualquer momento e eu tentei dar a volta no carro tentando conversar com ela, porque a arma é muito sensível, conversava com ela [Camilla] para tirar a arma da mão dela, segurei os braços dela, porque ela estava alterada, não sei se por causa da bebida e em um movimento, a arma disparou. Estava muito escuro e eu fui tentar ligar a luz do carro e quando vi, o disparo atingiu a cabeça, tinha muito sangue. Desse momento para frente, eu perdi a razão e tive um choque muito grande”, disse Wattson.

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