Sociedade

A história vocacional de Dom Jacinto Brito: “Um sonho, uma graça”

Reprodução: Imagens da Internet

Parafraseando Santa Teresinha eu digo: “a vocação cresceu comigo”. Não identifico as procissões nos dias de aniversário, nem os batizados de “boneca” ou até mesmo as “missas” celebradas com os familiares nos corredores da casa paterna como “VOCAÇÃO”. Porém, vejo esses sinais, como prenúncio de algo que se gestava no recôndito da alma, bafejado pela graça do céu! Fui acólito, congregado mariano, apóstolo da Cruzada Eucarística, catequista e legionário juvenil. Tudo isso foi alimentando a chama eucarística, mariana e missionária, que mais tarde iluminou meus passos. Em plena adolescência, enquanto os hormônios se agitavam em meu ser, uma atração irresistível pelas coisas sagradas se impunha. Graças, sobretudo, aos estímulos e testemunho de minha mãe, fui sendo moldado sem o saber pela piedade eucarística, que da missa dominical acrescentou mais duas por semana e nos meses de maio e outubro se tornava diária. Não cheguei ao grau de Carlos Acutis com sua visita cotidiana ao Santíssimo Sacramento.

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Todavia, guardo como das mais belas recordações do meu despertar vocacional o diálogo individual com Jesus diante do Sacrário. Saía reconfortado desse encontro de amigos! Entretanto, o “segredo” era guardado a sete chaves! Familiares suspeitavam, colegas até brincavam, o pároco chegou a me interrogar. Finalmente, no alvorecer dos meus 15 anos, a certeza bateu: Vou ser padre! Daí em diante o espírito missionário se robusteceu: desejo de ser missionário na África, paixão pelos desafios evangelizadores na Amazônia, visitas a idosos, convite a colegas para a missa e oração do terço, leitura da vida dos santos e pequenas renúncias, inclusive a de cancelar a merenda para dar o dinheiro para a Campanha Missionária. Tudo se encaminhou, quando ao completar 15 anos declarei aos meus pais: “eu quero ser padre”! Ingressei no Seminário, fui seminarista da era conciliar, vibrei pela renovação da Igreja e me tornei apóstolo da Liturgia do Vaticano II. Aos pés da imagem de Maria supliquei diariamente a graça da perseverança. Venci os ventos contrários que se abatiam sobre o sacerdócio, como um caminho sem futuro. Já no limiar dos meus 50 anos de sacerdócio, posso dizer: Deus me fez sonhar e sua graça me permitiu realizar esse sonho, que cresceu comigo e nunca de mim se apartou. Sou um homem realizado, um padre feliz. Sem nenhuma sombra de dúvida, confesso: “Deus me fez para ser padre”.

 

 

 

Fonte: Terra Sacerdotal

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