Algodão piauiense é o segundo que mais cresce e exporta no país
O agronegócio brasileiro recebeu a notícia, semana passada, que se tornou o maior exportador mundial de algodão, ultrapassando os Estados Unidos. A meta, que era prevista para ser alcançada apenas em 2030, foi batida antes mesmo do encerramento da safra deste ano. As informações são da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) colocando, ainda, o Piauí como um dos estados responsáveis pelo bom resultado.
Levantamento da Abrapa mostra que na safra 2023/24 o Brasil deve colher cerca de 3,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma) e as exportações alcançaram cerca de 2,6 milhões de toneladas. A colheita começa a acelerar no país, mas cerca de 60% da produção já foi comercializada. E nesse contexto, o Piauí aparece como o segundo estado de maior crescimento, tanto na produção de algodão total como no volume de exportação.
A safra deste ano prevê uma colheita de mais de 91,3 mil toneladas de algodão em solo piauiense, uma alta de 32,1% em relação à plantação de 2023. O crescimento piauiense do produto é o dobro do nacional, que prevê alta de 15%, e fica atrás somente do registrado no Rio Grande do Norte, que prevê aumento de 85,7%. No entanto, a safra potiguar não chega a 3 mil toneladas em volume.
Já em relação às exportações, o Piauí já comercializou esse ano, de janeiro a junho, mais de US$ 14,1 milhões, um crescimento superior a 800% se comparado ao mesmo período de 2023. Esse volume é tão grande para o Estado, que ele aparece com quase 3% na pauta de exportação deste ano, algo inédito. E conforme os números, somente São Paulo, com um crescimento de quase 6500% aparece na frente do Piauí.
No contexto geral, o algodão ainda ocupa um espaço tímido na pauta de exportação do Piauí. Ele representa menos de 0,55% do total. Porém, já demonstra crescimento e constância, bem como ampliação no mercado internacional. Atualmente, 25 países distribuídos em quase todos os continentes já compram, anualmente, o produto piauiense. As exportações no Piauí tiveram início no ano de 2006, com vendas de menos de 340 mil dólares.
De lá para cá, só houve crescimento. Na soma total, o Piauí já lucrou em exportações de algodão mais de 139 milhões de dólares, o equivalente a quase 700 milhões de reais, em valores convertidos. Só em 2023, foram arrecadados com as vendas ao exterior quase 4,5 milhões de dólares, com um volume de 2,5 mil toneladas do produto vendido no mundo. Esse ano, como já foi dito, o volume de exportações ultrapassou os 14 milhões de dólares.
O algodão sempre foi um dos principais produtos piauienses. Está até no brasão do Estado como referência. Porém, deixou de ser produzido nas primeiras décadas do século passado. E de acordo com levantamento do IBGE, que começou há 50 anos, esse ano é o de maior produção do Piauí, colhendo quase 100 mil toneladas. De lá para cá, a colheita dessa oleaginosas em território piauiense só vem crescendo, alguns anos maiores, outros com queda, mas mostrando uma boa evolução.
Atualmente, é a terceira maior safra de algodão das regiões Norte e Nordeste, ficando atrás somente do Maranhão e Bahia, que colheram. No cenário nacional, a produção de algodão piauiense aparece na sétima colocação, entre os 14 estados produtores, ou seja, bem na metade. Já em área, o Piauí conta hoje com 16,4 mil hectares plantados, gerando uma produtividade de 4.213 quilos por hectare. Também é a terceira melhor média do Norte/Nordeste.