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Assassino de família envenenada é serial Killer e polícia estuda possível exumação, diz perito

“Existe um serial killer por trás de tudo isso sim”, afirmou o Perito Geral da Polícia Técnico-Científica do Piauí, o médico legista Antônio Nunes, sobre o caso da família envenenada em Parnaíba, litoral do Piauí. Até o momento, seis pessoas foram mortas, e a polícia estuda a exumação do corpo do ex-companheiro de uma delas, sob a hipótese de que sua morte possa estar ligada ao caso. 

“Eu não posso afirmar que é o preso, aí é situação de investigação, mas posso afirmar que pelo método de assinatura, nós estamos diante de um serial killer. Sem sombra de dúvida. Isso é característica principal. Quem é, o que é, é resolvido com a investigação e com o Ministério Público”, declarou o perito. 

O primeiro caso ocorreu em agosto de 2024, quando dois irmãos faleceram após comerem cajus. Na ocasião, a vizinha da família, Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, foi presa sob suspeita de cometer o crime. No início de janeiro de 2025, outras quatro pessoas da mesma família morreram após consumirem arroz requentado. O padrasto de duas das vítimas, Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, foi preso como suspeito do crime. 

Características de um Serial Killer

“A assinatura, você mata sempre do mesmo jeito. Todo serial killer mata várias pessoas em série, por isso o nome. Foram mortas várias em sequência. Além disso, há o método, sempre daquela forma. Então, método e assinatura, tá? E é matando pessoas que não têm nenhuma relação com inimizades ou algo similar; é o matar por matar. Serial killer mata pela maldade nata, pela amoralidade do sociopata ou psicopata. Não tem empatia pelo outro. … São pessoas que morreram com veneno, inocentes, inclusive criancinhas. Isso não é característica de um inimigo; é característica de quem tem maldade nata, ou seja, não possui aquelas emoções comuns ao ser humano. É a amoralidade, a falta de empatia, com assinatura e método”, explicou o legista. 

Cajus Estão Sob Análise 

Conforme o perito, os cajus consumidos por Ulisses Gabriel e João Miguel estão sendo analisados para determinar se estavam contaminados. Ele destacou que o resultado pode ser divulgado durante este fim de semana. “A polícia científica dará resposta de cada um desses exemplos, e esse vai sair logo, assim como estamos trabalhando nos exames do próprio suspeito e de outros elementos relacionados”, informou. 

Exumação

Foram encontrados terbufós, um composto semelhante ao raticida conhecido como “chumbinho”, no organismo das vítimas que consumiram o arroz. O produto também foi identificado em uma dose muito alta em um gato. Diante dessas descobertas, a polícia estuda a exumação do corpo do ex-companheiro de Francisca Maria, que morreu em 2023. 

“Estamos analisando o caso. Vou receber documentos do Ministério Público e da delegacia, e talvez seja necessário coletar mais informações com a família e outras pessoas envolvidas. O que sabemos é que ele faleceu com náuseas e vômitos. Devo ter acesso à declaração de óbito da época entre hoje e amanhã para analisar o que foi registrado pelo médico responsável”, concluiu o perito.