Botafogo planeja usar R$ 50 milhões de Textor para pagar salários, dia a dia e investir no futebol
O Botafogo já tem planos para o empréstimo-ponte de R$ 50 milhões que John Textor deve fazer ao clube. Como o americano ainda não tem controle sobre as decisões internas, é a diretoria que vai escolher onde colocar cada centavo. A ideia é quitar a folha de dezembro e metade do 13º salário, que estão em aberto, algumas contas para manter o dia a dia do clube, dívidas de curto prazo para evitar penhoras e investir no futebol.
“Investir no futebol” não quer dizer que todo o dinheiro que sobrar será para contratar jogadores. Além da compra de atletas, a tendência é que o valor sirva para pagamento de salários e afins. Se na Série B a folha do Botafogo girou em torno de R$ 2 milhões, o valor precisará de um aumento para a disputa da primeira divisão.
Apesar de ser bastante dinheiro, não é uma conta simples. Os R$ 50 milhões precisam durar pelo menos dois meses, já que esse é o tempo esperado que dure a diligência entre Textor e Botafogo para análise de documentos. Com tudo aprovado e assinado, o clube recebe R$ 100 milhões do americano e passa 90% do futebol para o empresário. O aporte inicial é necessário para que o investidor assuma o Botafogo com a casa um pouco mais em ordem.
Vale lembrar que os R$ 50 milhões são um empréstimo-ponte. Isso significa que, se depois do período de diligência, em que vários documentos serão analisados, Textor ou Botafogo desistirem do negócio, o clube precisará pagar esse valor de volta ao americano. Isso não é algo esperado pelas partes, mas o processo de diligência existe justamente para garantir a possibilidade de voltar atrás caso um lado não concorde com as informações encontradas.
Dando tudo certo e assinando o contrato definitivo, os R$ 50 milhões já estariam dentro dos R$ 400 mi que Textor investirá. Após a assinatura final, os R$ 100 mi à vista já serão gastos na administração do americano. Também é importante ressaltar a necessidade de o clube ter em caixa sempre 20% da receita para pagar o Regime Centralizado de Execuções (RCE).
Os R$ 50 milhões são para dar oxigênio ao clube e evitar que ele fique sufocado com as dívidas e precisando urgentemente de receitas enquanto não recebe a cota de televisão referente à disputa de Série A. Em entrevista à Botafogo TV, Textor mostrou entender a necessidade de investimento no time para que a equipe faça um Campeonato Brasileiro de qualidade. O americano também mostrou estar por dentro da importância para que esse investimento seja antes de abril, por causa da janela de transferência. O primeiro período para inscrição de jogadores se encerra no dia 12 de abril.
– O contrato requer uma reação imediata em termos de capital, a gerência e o grupo esportivo precisam tomar uma decisão imediata de quem, do time do ano passado, está pronto para subir de nível… Todo mundo tem chance. Vamos trazer novos jogadores e testar o nível deles comparado a esse time e vamos testar o nível desse time comparado a esses novos jogadores. Estamos aqui para vencer. E espero que isso venha imediatamente. Entendo as expectativas dos torcedores. Vamos trabalhar todos os dias para trazer o Glorioso de volta a seu lugar na história – disse o americano.
Mas antes de o Botafogo ter R$ 50 milhões do empréstimo-ponte de John Textor para gastar, precisa de duas aprovações. A primeira delas é na reunião do Conselho Deliberativo, marcada para a noite de quinta-feira. A segunda é na sexta-feira, na Assembleia Geral de sócios, que dura todo o dia. Sendo aprovado nessas duas votações, o dinheiro estará à disposição do clube.