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Caso Vitória: pai da vítima passa a ser investigado como um dos suspeitos do crime

A investigação sobre a morte da menina Vitória Regina de Sousa teve uma reviravolta significativa: o pai da jovem, Carlos Alberto Souza, passou a ser considerado um dos suspeitos do crime.

A informação foi confirmada pelos investigadores, que afirmam que a inclusão do pai segue os mesmos critérios adotados em relação aos demais investigados. Assim como no caso do pedido de prisão de Gustavo Vinícius Moraes, a decisão tem como base as diversas contradições encontradas nos depoimentos de Carlos Alberto.

Segundo os investigadores, o comportamento do pai chamou a atenção. Um dos pontos citados no inquérito é que ele teria feito um pedido de terreno ao prefeito de Cajamar logo nos primeiros contatos após a confirmação da morte da filha, atitude considerada suspeita. A Polícia Civil espera ouvir ainda nesta semana testemunhas-chave para esclarecer o grau de envolvimento de cada investigado.

A defesa de Carlos Alberto, representada pelo advogado Fábio Costa, afirmou que vai tentar reverter a decisão nos próximos dias, classificando a acusação como “absurda”. Segundo o defensor, o pai de Vitória sequer foi ouvido formalmente pela polícia, o que justificaria a falta de detalhes sobre o dia do desaparecimento.

“Recebo essa notícia com surpresa. Que pai desejaria a morte da própria filha?”, declarou Carlos Alberto ao repórter e apresentador Roberto Cabrini. Ele também negou qualquer intenção de Vitória em sair de casa e disse que omitiu inicialmente as ligações feitas para a filha na noite do desaparecimento, dia 26, porque considerava esse comportamento natural.

“Claro que liguei várias vezes. Qual pai não faria isso quando uma filha some? E essa história de mudança é mentira. Ela ia para a casa da minha outra filha apenas porque era mais perto do trabalho dela no shopping”, afirmou Carlos, visivelmente abalado com as suspeitas que agora recaem sobre ele.

Documentos obtidos pelo programa jornalístico da Record apontam que algumas atitudes de Carlos contribuíram para que ele se tornasse alvo da investigação. Um trecho do relatório menciona que a relação entre pai e filha poderia estar abalada, o que justificaria o desejo de Vitória de morar com a irmã.

O programa também teve acesso a mensagens trocadas entre Carlos e a filha no dia do desaparecimento. Em uma delas, ele pergunta se Vitória iria para casa ou para a residência da irmã, Verônica. Ele também informa que o carro da família estaria pronto no dia seguinte, após ter apresentado problemas.

Vitória respondeu que iria para a casa dos pais. Na sequência, Carlos enviou um áudio dizendo: “Tá bom, então. Cuidado, viu?”. A partir das 1h15 da madrugada, o aplicativo registrou várias tentativas de ligação feitas por ele, que não foram atendidas.

“Isso ainda é um relatório de investigação, não uma conclusão do inquérito. Apontar o pai como suspeito dessa forma coloca a vida dele em risco”, alertou o advogado Fábio Costa. Ele acrescentou que pretende conversar com o delegado responsável pelo caso ainda nas primeiras horas para entender melhor o teor da investigação.