‘Com certeza sofro mais’, diz Sarah sobre estar do outro lado do tatame
A ex-judoca e multicampeã Sarah Menezes assumiu há pouco menos de um ano a função de treinadora principal da seleção brasileira. Sob seu comando, o Brasil já conquistou títulos expressivo e vem somando bons resultados.
Exercendo a nova função, Sarah disse para o UOL Esporte que, durante as competições, “sofre muito mais” do outro lado do tatame do que quando era ele quem lutava.
“Eu até brinquei com o meu antigo treinador: ‘professor, nunca fiquei tão nervosa em toda minha vida’. Eu lutando era muito mais tranquilo, assistir é outro sentimento. Não sei se foi porque agora sou mãe e estou mais sensível, mas mudou tudo. É impressionante, o nervosismo é muito alto. Com certeza sofro mais do lado de fora do tatame”, disse à reportagem.
A respeito do último Mundial de Judô, no qual Rafaela Silva (até 57kg) e Mayra Aguiar (78kg) levaram a medalha de ouro, Sarah revelou que se emocionou muito com as conquistas de suas ex-companheiras de seleção. Ela também valorizou o trabalho coletivo que vem sendo feito.
“É muito emocionante. Acho que eu nunca fiquei tão emocionada em toda minha vida. A gente trabalhou para corrigir os detalhes nesse pouco tempo que tivemos juntas e vimos que fizeram a diferença. Então, foi um trabalho bem coletivo mesmo”, comentou.
No mesmo ano em que se tornou a treinadora da seleção de judô, Sarah também deu à luz a Nina, que hoje tem 1 ano e 5 meses. A ex-judoca explicou como faz para lidar com a jornada dupla, ainda mais quando tem que viajar com a delegação.
“Olha, é bem difícil. Está sendo um pouco menos difícil porque não estão sendo realizados muitos treinamentos de campo internacional por conta da pandemia, mas é complicado. Eu fui aprendendo, o início foi duro, agora está mais tranquilo. Também conto com a ajuda dos meus pais, que ficam com a minha filha quando eu viajo”, revelou.
O passado de Sarah Menezes no judô é muito vitorioso, ela foi campeã olímpica em Londres-2012, é 11 vezes campeã brasileira e também é bicampeã mundial. Toda essa experiência faz dela uma inspiração para a nova geração.
“Esses jovens quando têm contato com atletas com uma experiência maior, se inspiram, têm admiração, ganham confiança e acabam conquistando seus espaços. Temos o exemplo da peso-pesado, a Beatriz, que é uma atleta super jovem e já tem duas medalhas em campeonatos mundiais. Ela vai para seus primeiros Jogos Olímpicos em 2024 e já está entre as melhores”, completou.
(Fonte: SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS)