Com cinco brasileiros, Guangzhou FC tem futuro incerto diante de crise da Evergrande
Dono de oito títulos nas últimas 10 edições do Campeonato Chinês, o Guangzhou FC é mais um clube no país que corre o risco de ruir diante da crise de seu principal acionista. A equipe tem como principal acionista a Evergrande, empresa do ramo imobiliário que tem dívida de US$ 300 bilhões e provoca danos no mercado global com um possível calote.
O time conta com cinco brasileiros no elenco, todos naturalizados chineses e atacantes: Alan, Aloísio, Elkeson, Fernandinho Conceição e Ricardo Goulart. Alan, Aloísio e Elkeson estão, no momento, a serviço da seleção chinesa, que treina para as próximas rodadas das eliminatórias asiáticas para a Copa do Mundo.
A incerteza sobre o futuro do Guangzhou é ainda maior porque a Superliga Chinesa está em recesso há mais de um mês, desde o fim da sua primeira fase. Não há data para a disputa da próxima etapa da competição, mas o portal Sina.com diz que a reapresentação no clube está marcada para esta quinta-feira.
O Gugangzhou FC terminou a primeira fase na segunda posição, com 30 pontos em 14 jogos, três a menos que o líder Shandong Luneng. Em publicações nas redes sociais nesta semana, o técnico da equipe, Fabio Cannavaro, aparece na Itália.
A imprensa chinesa relata o clube espera, ao menos, finalizar o ano e evitar uma saída no meio do campeonato. Um acordo com a Associação Chinesa de Futebol seria possível para adiantar recursos e viabilizar o pagamentos dos altos salários até o fim de 2021.
O Guangzhou também tem brasileiros trabalhando em suas academias nas categorias de base. O ge ouviu um deles, que preferiu não se identificar, mas declarou que todos foram desligados das equipes e aguardam a rescisão formal do contrato para o retorno ao Brasil.
Mesmo diante do colapso da Evergrande, há possibilidades para que o Guangzhou FC siga em atividade. A imprensa chinesa diz que outras empresas estatais podem assumir o clube. No entanto, é improvável que o aporte financeiro siga comparável ao período de gestão do companhia de construção civil.
Caso acabe, o Guangzhou teria o mesmo fim do atual campeão chinês. O Jiangsu Suning encerrou as atividades em fevereiro deste ano, dois meses depois de conquistar o título. A empresa que dava nome à equipe a colocou a venda, mas não encontrou comprador e decidiu acabar com o projeto. O Tianjin Tianhai, ex-equipe de jogadores como Witsel e Alexandre Pato, teve o mesmo destino.
O Guangzhou levava o nome da Evergrande até o ano passado. Em 2021, a Associação Chinesa de Futebol obrigou os clubes a retirarem os nomes de seus donos. A empresa investe na equipe desde 2010. O clube, que frequentava a Segunda Divisão, passou a dominar o futebol chinês.
Com o investimento da companhia, o time conquistou sete títulos da Superliga seguidos entre 2011 e 2017 e também levou em 2019. Tem ainda duas taças da Copa da China e duas da Liga dos Campeões da Ásia, em 2013 e 2015.
Brasileiros de destaque acompanharam a trajetória do Guangzhou, como o técnico Luiz Felipe Scolari, treinador entre 2015 e 2017, além de jogadores como Robinho, Paulinho, Ricardo Goulart e Anderson Talisca.