CPI: Setut pode responder por crime de falsidade ideológica
O presidente da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) do transporte público, vereador Dudu Borges (PT), afirmou, nesta terça-feira (18/05), que o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) pode responder criminalmente por falsidade ideológica.
Segundo depoimento do presidente do Sintetro, Ajuri Dias, o grupo de empresários teria obrigado trabalhadores a assinarem seus contracheques confirmando receber valores maiores do que de fato eram repassados.
DESCUMPRIMENTO DE 30% DE MP
Outro ponto a ser investigado, segundo o parlamentar, é o cumprimento por parte do Setut de Medida Provisória (MP) do Governo Federal na qual o Executivo se comprometeu, durante a pandemia de Covid-19, a pagar 70% do valor dos salários e o restante (30%) seria efetuado pelas empresas.
Em entrevista à imprensa, Ajuri Dias pontuou que empresários utilizavam “formas devidas e indevidas” para realizar tais pagamentos. Entres esses supostos meios estaria a suposta irregularidade com os contracheques de motoristas e cobradores.
QUANTIDADE DE ÔNIBUS
O vereador Dudu também pontuou que a CPI apurará o cumprimento da licitação do transporte público no que diz respeito ao quantitativo da frota de ônibus. O contrato entre Prefeitura e Setut previa que 419 ônibus trafegassem em Teresina. No entanto, segundo o sindicato, apenas 188 veículos estariam na ativa na capital.
DEMISSÕES
Ajuri Dias revelou, durante depoimento na CPI, que pelo menos 60% de motoristas e cobradores que trabalhavam para o Setut foram demitidos durante a pandemia. Teresina contava com um efetivo de 1,6 mil trabalhadores. Destes, entre 900 e 1 mil teria sido demitidos, conforme explicou o presidente do sindicato ao OitoMeia.
Para ele, as demissões de intensificaram durante a pandemia, pois os empresários se aproveitaram de MP do Governo Federal, que dispensa aval do sindicato, para acordos trabalhistas.
Fonte: Portal Oito e Meia