Deputado Estadual, Fábio Xavier, desvia R$ 369 mil destinado a campanha eleitoral, aponta PF
foto Portal Douglas Cordeiro
Partido do presidente da República, Jair Bolsonaro, desde novembro, o PL gastou parte do dinheiro público a que teve dinheiro no ano passado com empresas dirigentes da legenda e seus familiares. Levantamento feito pelo jornal “Globo”, do Rio de Janeiro, com base nas prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral mostra que a sigla desembolsou cerca de R$ 1 milhão em despesas como serviço de frete da sogra de um comandante de diretório, aluguel de um imóvel pertencente a um deputado e consultoria de um membro da agremiação.
Além disso, os recursos foram utilizados para comprar um carro que sumiu do mapa e um curso virtual que está fora do ar.
Os recursos do fundo partidário são administrados pelo comando nacional de cada legenda, que fica com uma parte e distribui o restante entre os diretórios dos estados.
De acordo com a legislação, esses recursos devem ser aplicados para despesas como aluguéis de suas sedes e salários de funcionários, mas também podem bancar gastos de campanhas eleitorais neste ano.
No ano passado, o PL, chefiado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, recebeu R$ 53 milhões, mas declarou ter gastado menos da metade, R$ 19 milhões, deixando o valor restante no caixa da legenda.
O Diretório Regional do Piauí foi o que mais recebeu: R$ 1,6 milhão. Parte desse valor foi usada para contratar serviços prestados por empresas de integrantes da família do então presidente da sigla no estado, o deputado estadual Fábio Xavier: a legenda desembolsou R$ 43,5 mil por “materiais impressos”, para uma microempresa que pertence à mulher de Xavier. O partido também pagou R$ 55 mil em aluguel imobiliário para a cunhada do dirigente do partido. E gastou mais R$ 72 mil em um serviço de fretes e carretos prestado pela empresa da sogra dele.
Esses gastos constam nos relatórios do PL enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), embora as notas fiscais não tenham sido anexadas ao processo. Procurado, Xavier afirmou que consultou o departamento jurídico do partido antes de fazer tais contratações e que a área avalizou os negócios envolvendo integrantes de sua família e suas respectivas empresas.
Todas essas despesas ocorreram no período em que Fábio Xavier presidia o PL no estado, de acordo com o jornal “Globo”.
Hoje, porém, ele não está mais no partido. No início deste ano, após Bolsonaro ingressar no PL, Xavier deixou a legenda e se filiou ao PT.
Desde então, o diretório da sigla no Piauí é presidido por Samantha Cavalca, apoiadora do presidente.
Samantha Cavalca relatou ao “Globo” não saber o paradeiro de um carro de R$ 179 mil comprado pelo partido.