Duas meninas morrem com suspeita de dengue na zona Leste de Teresina em intervalo de 15 dias
Em um intervalo de apenas 15 dias, duas crianças vizinhas morreram com sintomas compatíveis com dengue na Ocupação Mirante do Uruguai, localizada na região do Planalto Uruguai, zona Leste de Teresina. As vítimas foram Ana Clara Carvalho, de 6 anos, e Ayla Benedita Monteiro, de apenas 3 anos.
As mortes ainda não constam no painel epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) como casos confirmados ou em investigação. Em 2025, a única morte por dengue oficialmente confirmada no estado até o momento é a de uma menina de 12 anos em Nazaré do Piauí.
Ana Clara morreu no dia 21 de março, após passar 48 dias internada. Segundo a mãe, Ana Cristina Carvalho, a filha deu entrada no hospital com vômitos, sonolência e fortes dores de cabeça.
“Ela estava com variações, falava tudo distorcido. A única pessoa que reconheceu foi o pai. Quando eu falava, ela não respondia e nem reconhecia o irmão. Depois tomou soro, remédio para vômito e a médica mandou a gente pra casa. Mas voltamos no mesmo dia. A médica nos atendeu muito bem, achou que era intoxicação e nos encaminhou imediatamente para o HUT”, relatou a mãe.
Durante a internação, exames constataram que Ana Clara apresentava um quadro de encefalite. “Fizeram uma bateria de exames. A médica disse que a causa da encefalite foi dengue. Ela chegou a sangrar pelo nariz”, destacou Ana Cristina.
Já no último domingo (6), foi a vez da pequena Ayla Benedita Sousa Monteiro, de três anos, falecer com suspeita da doença. De acordo com familiares, a criança apresentou febre alta e manchas no corpo. Ela foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Satélite, mas não resistiu.
“Ela veio a óbito por volta de 10h da manhã. Foi tudo muito rápido. Na urgência, a médica disse que era suspeita de dengue, passou medicação e mandou pra casa. Voltamos no sábado, e no domingo ela morreu”, contou a tia da menina, que preferiu não se identificar.
As duas famílias moram na mesma ocupação, a cerca de 100 metros uma da outra. A mãe de Ana Clara mantinha uma lojinha próxima à casa de Ayla. Segundo relatos, a região é marcada por casas abandonadas, acúmulo de lama e mato, criando um cenário propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
