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Empresário e ex-mulher são denunciados por esquema de golpes que causou prejuízo de R$ 10 milhões

O Ministério Público do Piauí denunciou o empresário José Olavo Davi Lemos da Silva e sua ex-esposa, Daniela Borges dos Santos, pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A denúncia foi protocolada no último dia 21 de maio de 2025 pela promotora de Justiça Francineide de Sousa Silva, no âmbito da Operação Lobo, que apura um esquema de fraude financeira com prejuízos superiores a R$ 10 milhões.

Como funcionava o esquema

De acordo com as investigações, entre junho de 2021 e outubro de 2022, o casal usava mensagens de WhatsApp para atrair vítimas com promessas de investimentos lucrativos por meio da empresa Xperience Invest, controlada por Olavo. Acreditando nas propostas, os clientes transferiam quantias consideráveis para contas vinculadas à empresa.

Contudo, segundo o Ministério Público, os valores não eram aplicados conforme o prometido. Em vez disso, os recursos eram usados para cobrir despesas pessoais do casal, caracterizando o golpe.

Vítimas e prejuízos

Duas vítimas, identificadas pelas iniciais G.L.S.S. e D.C.G.R.S., realizaram 21 transferências, somando R$ 748.575,50. Ao solicitarem os comprovantes dos supostos investimentos, Olavo não apresentou qualquer documentação. Uma das vítimas tentou resgatar R$ 30 mil, mas o empresário se recusou a devolver o valor, alegando uma multa — o dinheiro nunca foi restituído.

Sem conseguir explicações, as vítimas acionaram a Polícia Civil, que deu início à apuração. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), em parceria com o MP, reuniu provas consistentes como mensagens de texto, documentos bancários, gravações telefônicas e relatórios financeiros, que comprovaram a fraude.

Alcance nacional

O golpe não se restringiu ao Piauí. Segundo a DRCI, o esquema lesou mais de 50 pessoas em diferentes estados brasileiros, resultando em prejuízos que ultrapassam a marca de R$ 10 milhões.

Com a denúncia formalizada, o Ministério Público agora aguarda o recebimento da ação pelo Judiciário, que decidirá pela abertura ou não do processo criminal contra os acusados.