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Famílias e PM negociam reintegração de posse há mais de 7 horas na zona Leste

A ação de reintegração de posse de um terreno da Prefeitura de Teresina, no bairro Planalto Uruguai, zona Leste, já dura mais de sete horas. Representantes das famílias da ocupação seguem tentando uma negociação. 

Mais cedo, os moradores da ocupação queimaram pneus e galhos de árvores para tentar impedir o cumprimento da ordem judicial. Houve princípio de confronto. 

Segundo o major Jamson Lima, coordenador do Centro de Gerenciamento de Crises e Direitos Humanos da Polícia Militar, os oficiais de Justiça estão verificando se há algum recurso contra a ordem judicial e após isso, será definido se as equipes vão seguir com a reintegração de posse. 

“Estamos vendo se há algum recurso de uma das partes em relação ao mandado de judicial. Argumentaram que havia um recurso de uma das partes e os oficiais de Justiça estão verificando”, informou. 

Técnicos da Semcaspi e do Centro de Referência de assistência Social (CRAS) também conversam com algumas famílias para chegar em uma solução comum.

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Cerca de 75 famílias de uma ocupação localizada no bairro Planalto Uruguai, na zona Leste de Teresina, protestam desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira(24) contra uma ação de reintegração de posse no local. A Polícia Militar foi acionada e houve confronto em alguns momentos.

Os moradores queimaram pneus e galhos de árvores e fecharam ruas nas proximidades para tentar impedir a ação de despejo e o avanço da tropa de choque da Polícia Militar.

O local ocupado, nomeado como Mirante do Uruguai pelos moradores, é uma área pública da Prefeitura de Teresina. Segundo Leonardo Bezerra, um dos ocupantes, as famílias estão no local desde setembro do ano passado. 

“Nós estamos desde 27 de setembro ocupando a área, pessoas que vieram dessa pandemia, pessoas que não tem mais condições de pagar aluguel e morar em casas porque não tem emprego, pessoas que vêm de casas de favores e detectaram essa de Prefeitura, adentramos e estamos residindo aqui”, contou.

O major Jamsom Lima, do Centro de Gerenciamento de Crises e Direitos Humanos da Polícia Militar, informou que as equipes tentam intermediar o diálogo com os moradores da ocupação para tentar evitar um confronto maior. 

“A Policial Militar está há dez dias tentando fazer contato, estamos aqui há mais de cinco horas, a princípio a Polícia Militar vai desobstruir a rua e passar para que o oficial de justiça cumpra o direito”, ressaltou o major.  

De acordo com o gerente de Direitos Humanos da Semcaspi, André Santos, a Prefeitura já realizou uma série de conversas com os ocupantes, mas sem sucesso. O gerente afirma que a decisão judicial de reintegração de posse vai ser cumprida. 

“Há mais de quatro meses a gente vem conversando com eles. Foram feitas seis rodadas de conversas com o município, foi dado ações paliativas para que eles pudesse se retirar do local, mas infelizmente não foi obtido êxito em nenhuma. Então, saiu uma decisão judicial e aqui nós estamos para acompanhar a decisão judicial e só aguardar o desfecho através da Policia Militar que vai cumprir, vai ser cumprido”, afirma André Santos

A moradora Cintia Najla contou ao Cidadeverde.com que está na ocupação com seus dois filhos, de 8 meses e 10 anos. Desempregada, ela diz que está no local porque não tem para onde ir. 

“Se a gente está aqui é porque a gente precisa, você acha que a gente ia está aqui em uma invasão com meus filhos se a gente não precisasse? A gente precisa desse lugar, a gente não tem para onde ir, a gente é humilhado na casas dos outros. A gente tá aqui porque precisa, não tem banheiro aqui, não tem energia direito. A Polícia vai tirar e a gente vai pra onde? Para debaixo da ponte”, desabafou Cintia.

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