Hemopi atualiza regras para distribuição de hemocomponentes
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) reuniu, na última sexta-feira(16), gestores de unidades de saúde públicas e privadas para apresentar o novo fluxograma de distribuição de hemocomponentes. Desde 01 de fevereiro, todas as transfusões liberadas pela Hemorrede do Piauí passaram, obrigatoriamente, a serem avaliadas e liberadas por um médico hemoterapeuta de plantão.
O plantão de hemoterapia funciona de 7h às 19h todos os dias para analisar as requisições de transfusão, no sentido de evitar que o paciente receba um componente sanguíneo sem a real necessidade, promovendo assim o uso racional do sangue e seus derivados.
A gerente da Hemorrede do Piauí, Alessandra Cerqueira, explica que a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) vigente, leva em conta a segurança do paciente e a otimização do fluxo da Agência Transfusional indicando que todas as transfusões devem acontecer, preferencialmente, durante o período diurno, com exceção dos casos que o atraso da transfusão represente risco de óbito para o paciente. Nesses casos, o procedimento pode ser realizado em qualquer horário.
Essa iniciativa vai de encontro ao que preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS) que em 2021 indicou o Gerenciamento de Sangue do Paciente (PBM) como necessidade urgente para promover o acesso universal a hemocomponentes seguros, eficazes e de qualidade.
PBM é uma abordagem multidisciplinar e sistematizada de gerenciamento de sangue do paciente, baseada em evidências, que busca minimizar as perdas sanguíneas, otimizar a hematopoese, maximizar a tolerância à anemia e evitar transfusões desnecessárias. Visa a melhor evolução do paciente, otimização do estoque de sangue e redução de custos.
“A presença de um hemoterapeuta na liberação dos hemocomponentes é um avanço importante na qualidade das transfusões realizadas no Piauí. Isso mostra que prezamos pela excelência na qualidade desde a doação de sangue até a infusão do hemocomponente no paciente”, afirma Alessandra Cerqueira.
Ela ressaltou ainda, que não existe transfusão totalmente segura e sua indicação deve buscar maior benefício e menor risco para o paciente. “O objetivo principal desse encontro foi alertar sobre o uso racional do sangue, evitando assim transfusões desnecessárias, porque a melhor transfusão é sempre aquela que não realizada”, disse.
Na oportunidade também foi apresentado o Protocolo Estadual de Transfusão Segura (PETS) que visa padronizar todo o processo transfusional, aumentando assim a segurança e qualidade das transfusões desses hemocomponentes e evitando incidentes como troca de amostras, bolsas de sangue ou pacientes.
Comitê Transfusional
A gerente técnica do Hemopi, Karina Nava, explicou que o Comitê Transfusional deve se reunir a cada três meses para avaliação das ações implantadas sempre visando a melhoria do serviço prestado pela Hemorrede.
“Cada unidade de saúde deve formar o seu próprio comitê ou indicar alguém para representação fazendo parte do Comitê do Hemocentro. É um espaço para o esclarecimento de dúvidas sobre coleta e transporte de amostras, requisições e hemovigilância”, ressaltou a gerente.
O Comitê Transfusional é um grupo composto por membros dos setores que mais se transfundem em uma instituição. Ele também é responsável pelas boas práticas hemoterápicas e de hemovigilância no serviço de saúde e deve se reunir periodicamente para avaliá-las e monitorá- las.