DestaqueGeral

Hospital São Marcos enfrenta crise e cobra repasse de R$ 9 milhões da Prefeitura de Teresina

Na manhã desta segunda-feira (25), a diretoria do Hospital São Marcos se reuniu com o senador Marcelo Castro (MDB) e os deputados federais Francisco Costa (PT) e Merlong Solano (PT) para expor a delicada situação financeira enfrentada pela instituição. Segundo a direção, as dificuldades podem comprometer os atendimentos oncológicos no próximo ano, incluindo os serviços oferecidos a crianças e adultos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Uma das principais preocupações levantadas é o atraso de mais de 10 meses nos repasses financeiros da Prefeitura de Teresina, que acumulam um montante de R$ 9 milhões. A direção também destacou que o hospital perdeu sua capacidade de endividamento devido a empréstimos já realizados. Atualmente, o São Marcos é responsável por 100% dos atendimentos oncológicos infantis e por 98% dos atendimentos oncológicos adultos realizados pelo SUS no Piauí.

Em nota enviada a reportagem, o Hospital São Marcos informou que judicializou a cobrança da dívida e reafirmou seu compromisso com a população. “A equipe do Hospital São Marcos está empenhada em, apesar dos atrasos da FMS, manter a prestação do serviço para nossa população com câncer, sempre com transparência para todos os piauienses”, declarou.

Divergência sobre dívida

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) rebateu a acusação, afirmando que o Hospital São Marcos deve mais de R$ 30 milhões à Fundação, referente a empréstimos em que a instituição filantrópica teria a FMS como avalista. A direção do hospital, por sua vez, negou a existência dessa dívida e reiterou a necessidade de regularização dos repasses.

Apoio da bancada federal

O deputado Francisco Costa, presidente da Comissão de Saúde na Câmara dos Deputados, enfatizou a situação crítica enfrentada pelos hospitais filantrópicos em todo o país. “Comprometemo-nos a levar a solicitação para discussão na bancada federal. Hoje, os valores recebidos pelo SUS são insuficientes para manter o custo das unidades”, destacou.

A reunião evidenciou a gravidade da crise financeira que ameaça não apenas a continuidade dos atendimentos, mas também a saúde de milhares de piauienses que dependem dos serviços especializados do Hospital São Marcos. A expectativa agora está na articulação política e no apoio federal para que medidas urgentes sejam tomadas.