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Hospital São Marcos retoma atendimentos oncológicos a pacientes do SUS após crise de financiamento

Após dias de incertezas e interrupções nos tratamentos, o Hospital São Marcos iniciou nesta segunda e terça-feira (6 e 7 de maio) a retomada dos atendimentos oncológicos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de 180 pacientes já foram contatados para dar continuidade aos seus tratamentos contra o câncer.

A paralisação dos atendimentos atingiu mais de 1.300 pessoas que dependem de cuidados contínuos. A retomada foi viabilizada após negociações entre o hospital, a Prefeitura de Teresina, a Secretaria Estadual da Saúde e o Ministério da Saúde.

Segundo o diretor técnico do hospital, Dr. Marcelo Martins, não é necessário que os pacientes se desloquem até a unidade. “As pessoas não precisam vir para o hospital. Nós temos os contatos telefônicos de todos e está sendo obedecida uma ordem cronológica. Os pacientes com tratamentos mais antigos estão sendo chamados primeiro, assim como os que têm necessidades especiais, conforme orientação dos médicos oncologistas”, explicou.

Entenda a crise

A crise no Hospital São Marcos veio a público após denúncias de familiares de pacientes, que relataram a suspensão de procedimentos essenciais por falta de insumos. No mesmo dia, a direção do hospital confirmou a paralisação, alegando grave crise financeira provocada, entre outros fatores, por um atraso de 19 meses nos repasses da Prefeitura de Teresina.

A Fundação Municipal de Saúde (FMS), no entanto, contestou a informação, afirmando que repassou mais de R$ 32 milhões ao hospital somente entre janeiro e abril deste ano.

A situação só começou a ser resolvida após a visita de técnicos do Ministério da Saúde na semana passada. A pasta federal anunciou um repasse emergencial de R$ 7,5 milhões para o hospital, sendo R$ 2,5 milhões por mês, durante três meses.

De acordo com Milton Pereira Júnior, Secretário Adjunto Nacional de Assistência à Saúde, esse aporte é uma medida temporária para evitar a desassistência dos pacientes. “Nesses primeiros três meses estamos fazendo o aporte emergencial para não haver desassistência no hospital. Paralelamente, as equipes trabalharão uma nova contratualização do Hospital São Marcos, que respeite as diretrizes do SUS e siga as normas do Governo Federal”, afirmou.

A expectativa é que, ao final desse período, um novo contrato de gestão seja firmado, com metas, valores e responsabilidades bem definidos entre o município, o estado e a União, garantindo a continuidade do atendimento aos pacientes oncológicos da capital.