Sociedade

Nando Reis orienta filho a não beber e usar qualquer tipo de substância antes do show

De Jaú, município de São Paulo onde tem passado boa parte de seus dias com a família, Nando Reis fala sobre a nova turnê “Voz e violão”, que começou em Belo Horizonte e chega agora ao Vivo Rio. Ele divide parte da apresentação com Sebastião Reis, um de seus cinco filhos, integrante da banda Colomy. Nando conta que, para o repertório, tem privilegiado canções mais conhecidas.

— O show tem duas partes. Começo sozinho, depois o Sebastião entra. Há um misto de músicas menos conhecidas com sucessos, mas venhocom a tendência de privilegiar os sucessos. Há um componente emocional. A possibilidade de as pessoas cantarem juntas, é o que todo mundo quer. E o que eu quero é que todo mundo possa ter o que quer, já que nesse momento temos tão pouco do que queremos — diz Nando, que incluiu hits como “Relicário”, “Por onde andei”, “Luz dos olhos”, com novos arranjos feitos com o filho.

O show em família tem sido um aprendizado para os dois. “Estreitou a relação”, diz Nando Reis, que elogia a “obstinação e disciplina” da cria, a quem orienta, vez ou outra, sobre as nuances da carreira de músico.

— Ele aprendeu muito comigo, temos uma forma de tocar muito semelhante. Mas ele tem uma linguagem própria, que buscou e construiu exatamente para esse show, para ser um violão distinto do meu. Ele é muito mais disciplinado. É um perfeccionista, enquanto que eu sou um intuitivo relapso (risos) — diz Nando.

As orientações permeiam assuntos delicados, como a relação com as drogas. Em 2014, Nando Reis disse em entrevista à revista Trip que havia abusado do uso da cocaína por bastante tempo, e que estava determinado a parar de vez. Hoje, ele conta que está há quase cinco anos sóbrio (vai completar em outubro), lembra que isso é algo que lhe exige “atenção diária”, e fala que o tema é amplamente discutido com todos os filhos, que viveram, segundo ele, “experiências traumáticas”.

— Sempre converso com ele sobre a necessidade de ser um profissional sério, até porque, em muitos momentos, eu fui um pouco inconsequente. Digo que é fundamental dissociar a ideia da diversão do trabalho, no sentido de não beber, de estar concentrado, porque qualquer substância atrapalha e eu digo isso por experiência própria. Falo isso como pai, sendo bem explicito: ‘não beba, não use qualquer tipo de substância em ensaio ou antes dos shows. A diversão, no sentido da comemoração, vem depois. Parece careta, mas é um mal que eu aprendi — conta.

Questionado sobre sua relação com os ex-parceiros de Titãs, Nando Reis é direto: “Não tenho”. Ele anunciou a saída da banda em 2002, alegando, à época, incompatibilidade de opiniões a respeito da gravação de discos em intervalos de tempo muito curtos.

— Tenho relação mais próxima com alguns, mas não existe esse convescote de Titãs com ex-Titãs. Digamos que ficaram arranhões, caminhos e perspectivas diferentes. É um assunto controverso, sobre o qual não tem certo nem errado. Eu amo tudo o que fiz com os Titãs, tenho guardado com muito carinho a amizade que tivemos, mas isso basta. Ter ou não ter amizade não significa que o amor que tivemos é menor. É apenas a vida.

 

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