O amor não é passageiro: no Dia dos Namorados, a história de três casais que se conheceram no ônibus
O amor pode surgir de diferentes formas e nos lugares mais inusitados. Mas a paixão dos casais Matheus e Isabella, Daniele e Josué, e Stephanie e Carlos Alexandre, moradores da Baixada Fluminense, foi embalada pelo transporte público. As três histórias de amor começaram, se desenvolveram e continuam se perpetuando dentro ou através do ônibus. No Dia dos Namorados, eles contam como esses romances pediram passagem.
O casal Daniele, de 36 anos, e Josué, de 57, começaram só na conversa, mas a amizade evoluiu. Ele era cobrador da linha 734 (Vila Norma x Cascadura) e, sua futura mulher, passageira.
— A gente começou uma amizade conversando no ônibus. Eu tinha um namorado, terminei e depois voltei. Quando terminei pela segunda vez, o Josué me chamou para sair, e eu aceitei — conta a auxiliar administrativa, que deu o primeiro beijo no cobrador durante um passeio. Depois do encontro, Daniele passou dias tentando evitar Josué:
— Passou uma semana, não consegui ficar distante e acabei pegando ônibus novamente com ele.
E virou rotina: todos os dias, ela saía do trabalho e ficava esperando o ônibus do amado. Nessa viagem sem volta, o casal está junto há 16 anos, e hoje tem dois filhos: Gustavo, de 9 anos, e Davi, de 3. Durante as viagens, Josué entregava cartas de amor para Daniele. De cobrador, ele passou a motorista. E o ônibus segue presente na vida do casal.
— Mesmo casada, continuava pegando o ônibus com ele. Hoje trabalho perto do ponto final dele, só não voltamos juntos porque o horário não condiz mais — diz Daniele.
O ônibus também é parte importante da vida de Matheus Moreira, de 21 anos, e Isabella Cristina Felício, de 25. “Busólogo”, como o próprio se define, o rapaz conheceu a namorada numa discussão no Facebook sobre transporte público.
— Foi um comentário que eu fiz que era para ser engraçado, mas o pessoal levou na maldade. Ela também tinha levado para a maldade, e começou a querer discutir comigo — lembra o jovem.
A moça debateu com Matheus, eles trocaram mensagens privadas, mas, antes disso, a discussão despertou outro tipo de interesse em Isabella.
— Eu revirei tudo dele (as redes sociais). Quando bati o olho, falei: “nossa, gostei dele”. Na primeira vez que vi já ma interessei — relata a jovem.
Uma semana depois da “briga”, o casal se encontrou e a química bateu. E onde fica o ônibus nessa história? Para chegar à casa de Isabella, Matheus precisa pegar o 451T (Campo Grande x Duque de Caxias), linha onde um dia ele sonhou que conheceria a sua amada. “Se Deus quiser, eu vou pegar esse ônibus para ver minha futura namorada”, pensava. Seja como for, o sonho foi realizado, e com aquela ajudinha do transporte público.