Piauí teve mais de 47,5 mil moradias destruídas ou danificadas em desastres
Estudo revela que 47,551 mil moradias foram destruídas ou danificadas em desastres naturais no Piauí ao longo de uma década. Os dados, analisados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) entre 2013 e 2022, mostram que o estado ocupa o 14º lugar no país em número de habitações impactadas por eventos naturais. Santa Catarina foi o estado mais afetado, com 485.748 unidades habitacionais afetadas durante o mesmo período.
Os desastres naturais resultaram em 70.887 pessoas desabrigadas ou desalojadas no Piauí ao longo da década analisada. De forma mais ampla, o estudo revela que 93% dos municípios brasileiros (5.199) foram atingidos por desastres naturais nos últimos 10 anos, causando emergências ou estados de calamidade pública. As principais ocorrências foram tempestades, inundações, enxurradas ou alagamentos. Em todo o país, mais de 2,2 milhões de moradias foram danificadas, afetando mais de 4,2 milhões de pessoas em 2.640 municípios.
O setor habitacional é o mais afetado economicamente por esses desastres. Ao longo da década, os danos em habitação somaram um prejuízo de mais de R$ 26 bilhões em todo o país. O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, ressalta que os municípios enfrentam essas situações praticamente sozinhos, sem apoio para prevenção ou investimentos.
A região Sul do Brasil teve o maior percentual de casas afetadas, com 46,79% das habitações danificadas ou destruídas, representando um prejuízo de cerca de R$ 4 bilhões. Já os municípios do Nordeste tiveram a maior perda financeira, alcançando quase R$ 16 bilhões, com 310.627 habitações danificadas e 26.613 destruídas. O Sudeste teve 20,98% das casas danificadas e destruídas, com um prejuízo de R$ 4,3 bilhões. Na Região Norte, o impacto financeiro foi de R$ 1,7 bilhão, com 16,33% das unidades habitacionais afetadas. O Centro-Oeste foi a região menos afetada, com 1% das casas atingidas e um prejuízo de R$ 122,3 mil.
Diversos fatores contribuem para a quantificação dos prejuízos econômicos, incluindo os custos de reconstrução, preços de terrenos e imóveis. No Nordeste, os desastres decorrentes do excesso de chuvas e os municípios litorâneos, muitos deles áreas turísticas, explicam as perdas financeiras mais elevadas em comparação com outras regiões do Brasil.