Promotor acusado de extorquir empresário tem bens bloqueados e usará tornozeleira eletrônica
A Operação Iscariotes, que investiga a extorsão a empresários praticada por agentes públicos no Piauí, entrou em uma nova fase nesta quinta-feira (15). É que a justiça determinou o bloqueio dos bens e o afastamento das funções do promotor Maurício Verdejo Gonçalves Júnior, investigado por exigir propina do empresário Junno Pinheiro para arquivar processos contra ele. Consta nos autos que ele teria exigido R$ 3 milhões para interromper processos judiciais.
Além de determinar o bloqueio dos bens do promotor e seu afastamento das funções no Ministério Público (MPPI), o Tribunal de Justiça aplicou também mais uma medida cautelar: Maurício Verdejo e seu assessor, que não teve o nome revelado, serão eletronicamente monitorados, ou seja, terão que usar tornozeleira eletrônica.
A Justiça expediu novas ordens de busca e apreensão que estão sendo cumpridas nesta manhã pela Polícia Federal. Os alvos são endereços vinculados a Maurício Verdejo e a seu assessor. São cinco mandados de busca, sendo quatro em Teresina e um em Picos.
Durante esta semana, a Corregedoria-Geral do Ministério Público está realizando correição nas Promotorias de Justiça em que o promotor atuou: a 1ª Promotoria de Bom Jesus e a 6ª Promotoria de Picos, da qual Verdejo estava à frente quando teria praticado extorsão contra o empresário Junno Pinheiro.
Na semana passada, o próprio Ministério Público lançou nota em que informou que havia afastado o promotor Maurício Verdejo de suas funções e que ele estava proibido de acessar as dependências do órgão, exceto para trâmites relacionado à investigação que corre em seu desfavor. Verdejo é alvo de procedimento administrativo por parte do ente ministerial.
Hoje, a Polícia Federal explicou que o promotor de Justiça pode responder por crime de concussão, que consiste na prática de exigir vantagem ilícita para si ou outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela.