Quaresma: preço do Peixe dispara e pode chegar a mais de 20% de aumento
A quarta-feira de cinzas marca o início da Quaresma no calendário cristão. Tradicionalmente durante este período as pessoas reduzem o consumo de carne vermelha como uma forma de “honrar” o sacrifício que Cristo fez em jejum no deserto. Nestes 40 dias que antecedem a Páscoa, incluir peixes, frango e ovos na alimentação do dia a dia é uma opção.
Devido ao aumento na procura por estes produtos, é normal que os valores cobrados por eles aumentem durante a Quaresma. O preço do peixe, por exemplo deve subir até 20% nas próximas semanas. Foi o que informou a direção do Mercado do Peixe de Teresina. Hoje, o quilo da tilápia está sendo vendido de R$ 15,00 a R$ 17,00; outro peixe bastante procurado no período, o piratinga, está custando média de R$ 28,00. Já tambaqui está sendo comercializado a R$ 15,00 o quilo, o branquinho, a R$ 20,00 e a pescada a R$ 39,00.
Se antecipando ao eventual reajuste, muitos teresinenses lotaram o Mercado do Peixe na manhã de quarta-feira de cinzas. É o caso da dona Maria de Jesus Abreu. Cliente do Mercado do Peixe há mais de 30 anos, ela diz que apesar dos preços estarem na média, se subirem mais, o produto pode ficar inacessível.
“O preço do peixe já tinha aumentado antes como vários outros produtos. Ainda está dentro do que a gente geralmente paga, mas se subir, aí vai complicar. Vai virar comida de rico de novo e para gente que não pode pagar, vamos ter que arrumar outro jeito, porque o ovo também aumentou e o frango”, diz dona Maria de Jesus.
Outro que também procurou garantir o peixe dos próximos dias foi o senhor Valdeci Montepalmo. Assim como dona Maria de Jesus, ele acha que os preços ainda estão acessíveis, mas previu aumento nas próximas semanas, sobretudo nos pescados mais consumidos durante a Quaresma, como a tilápia e o branquinho.
“A gente sabe que vai subir, mas espera que não seja tanto, até porque a oferta aqui é muita e eu acho que não vá faltar peixe para colocar à venda. Na falta do peixe, a gente investe em ovos e na carne branca do frango”, explicou Valdeci.
Assim como dizem os clientes, a própria administração do Mercado do Peixe de Teresina admitiu que o preço dos pescados pode subir até 20% nas próximas semanas. Esse reajuste, no entanto, é o esperado para o período e não deve comprometer as vendas. Pelo contrário, os permissionários esperam que o movimento nos próximos dias duplique em relação ao que vem sendo registrado.
“Em fevereiro não foram muito boas as vendas, mas desde o início do Carnaval nós começamos a vender bastante. Esperamos que as vendas nos próximos dias aumentem até 90% e que a gente consiga retirar todo nosso estoque e repassar para o cliente”, diz a permissionária Joyce Marcos.
Os vendedores esperam que o eventual reajuste no preço do peixe não afete tanto nas vendas e se mostram otimistas. A permissionária Nádia Miranda afirma que o fluxo de clientes já aumentou consideravelmente nos últimos dias e que a qualidade dos produtos ofertados no Mercado do Peixe é que vai garantir que o comprador não se afaste.
“Nossa expectativa é muito grande para recuperarmos nossas perdas dos últimos meses e dos últimos anos com essa pandemia. Esse Carnaval já surpreendeu muito pelo fluxo de clientes e a partir de hoje com o começo da Quaresma, esse aumento pode ser ainda mais significativo. Temos valores bons e produtos de qualidade. A probabilidade é de subir é sim muito alta, mas estamos tentando manter o preço no que está atualmente o máximo de tempo possível para não assustar a clientela”, explicou.
Aumento é característico por conta da procura
Em conversa com o Portalodia.com, o administrador do Mercado do Peixe, Francisco de Macedo, explicou que esse reajuste de até 20% no preço dos pescados é natural do período e que não deve impactar tanto no bolso do consumidor. Para Francisco, a qualidade e a variedade do produto compensam e permitem negociar valores.
“Na quarta-feira de cinzas em geral o preço fica mais acessível e não tem aumento, mas acredito que daqui para a Semana Santa com certeza vai ter esse reajuste do pescado. Aumenta uns 20% por conta da procura característica do período, mas temos aqui peixe da água doce e da água salgada e bastante opção para que o cliente possa variar e escolher o que melhor cabe no seu orçamento. E são produtos com a qualidade garantida, o que compensa no custo benefício”, explica Francisco.