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Real foi a moeda que mais se valorizou no dia seguinte à vitória de Lula

 

No primeiro pregão após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial, houve forte volatilidade, mas o dólar comercial acabou encerrando com forte queda, e a Bolsa fechou com ganhos. Pesaram o fato de o resultado, mesmo apertado, não ter sido contestado pelo atual governo e a expectativa de que economistas liberais participem da transição. O real foi a moeda com maior valorização globalmente, segundo dados da Bloomberg.

 

— Havia uma preocupação com ruído institucional, e o mercado se descolou desse tema — disse o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani.

Ainda assim, os agentes de mercado continuam à espera da definição da equipe econômica do futuro governo.

O dólar caiu 2,55%, a R$ 5,1654. Já o Ibovespa subiu 1,31%, aos 116.037 pontos. Em outubro, o dólar acumulou queda de 4,24%, e o Ibovespa avançou 5,45%.

— O medo que o mercado tinha de acontecer algo depois das eleições está se dizimando aos poucos. Ele (Lula) fez um discurso muito pacificador, mas ainda não temos de fato a indicação de política econômica que ele vai adotar daqui para frente — disse o gestor da Galápagos Capital, Ubirajara Silva.

 

Volta dos fundos ‘verdes’

Com relação aos investidores estrangeiros, que têm forte presença na nossa Bolsa, a expectativa é que, passada a fase de transição, o fluxo gringo aumente.

O diretor de Investimentos Responsáveis do megafundo Nordea, Eric Christian Pedersen, disse à coluna Capital que o time de dívidas de países emergentes “vai avaliar a possibilidade de retirar as restrições” sobre novos investimentos em títulos públicos brasileiros.

— Estamos otimistas com a possibilidade de retirar a quarentena sobre novos papéis do governo brasileiro — disse Pedersen. — A campanha de Lula e suas promessas indicam que ele irá focar significativamente mais na preservação da Amazônia do que o atual governo. O primeiro passo vai ser reconstruir o Ibama e as demais agências. Recomendamos fortemente que isso seja feito, mas também sabemos que há grandes interesses que preferem a manutenção do status quo.

Com sede na Finlândia, o Nordea tem € 237 bilhões em ativos sob gestão, sendo que um terço desse total obedece aos mais altos padrões ESG (ambiental, social e de governança).

Já o fundo de pensão dinamarquês AkademikerPension, que administra um patrimônio de US$ 17 bilhões, avalia que o Brasil agora pode ser retirado do “modo compasso de espera”.

— Em forte contraste com o antecessor, o presidente recém-eleito prometeu que o Brasil voltará a se empenhar em reduzir drasticamente o desmatamento. Nos últimos anos, o Brasil foi colocado em “modo compasso de espera” por alguns investidores e visto como um pária internacional, mas agora as perspectivas melhoraram significativamente — disse à coluna Capital o diretor de Investimentos do AkademikerPension, Anders Schelde.

(Fonte: oglobo.com

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