Rodoviários realizam paralisações em Teresina e ameaçam iniciar greve na próxima semana
Os ônibus urbanos de Teresina voltaram a circular no final da manhã desta sexta-feira (09), após uma paralisação realizada nas primeiras horas do dia por motoristas e cobradores. A mobilização foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários do Piauí (Sintetro), que informou que a categoria permanece sem acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).
Segundo o Sintetro, uma nova paralisação está prevista para ocorrer ainda nesta sexta-feira, às 16h, no Centro de Teresina. Os rodoviários reivindicam reajuste salarial, melhorias no ticket alimentação e no auxílio saúde. De acordo com o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, as empresas não apresentaram nenhuma proposta concreta até o momento, o que tem motivado os atos da categoria.
“Estamos com todos os nossos trabalhadores parados, mas logo depois voltam a rodar. Agora eu queria que os empresários entendessem que eles não vão ganhar 100% como ganhavam antes. Não merecemos padecer isso. Teresina é uma das piores capitais em transporte público, mas não é por causa da categoria”, afirmou o presidente do sindicato.
A categoria também anunciou a possibilidade de uma nova paralisação neste sábado (10). Caso as negociações não avancem, uma greve geral poderá ser deflagrada a partir da próxima segunda-feira (12).
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou que está monitorando a situação e acompanhando as negociações entre os sindicatos. A autarquia garantiu que, em caso de paralisação ou greve, os serviços essenciais de transporte público serão mantidos.
Em nota divulgada na quarta-feira (07), o Setut negou ter se recusado a negociar com os trabalhadores. O sindicato patronal afirmou que tem mantido uma postura colaborativa e respeitosa durante as mediações. Segundo o Setut, foi apresentada uma proposta de renovação da convenção coletiva por dois anos, com manutenção dos benefícios sociais e previsão de negociações anuais para as cláusulas econômicas.
O Setut também informou que encaminhará ofício ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) relatando a preocupação com os impactos da paralisação na população, especialmente nos usuários mais vulneráveis que dependem diariamente do transporte público. A entidade afirma que está adotando as medidas legais necessárias para garantir a operação mínima do sistema.