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Saiba quando sai a vacina do Butantan contra dengue e se haverá dose de reforço

A vacina contra a dengue, em produção pelo Instituto Butantan, está na fase final dos estudos antes da comercialização, será avaliada pela Anvisa e deve chegar aos postos de saúde no ano que vem. Essa é a previsão de Fernanda Boulos, diretora médica do Butantan e que conversou com o Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, nesta quarta-feira. 

O estudo tem duração de cinco anos, que finaliza agora em 2024, e terá acompanhamento por mais dois anos de todos que participaram dos testes. “A gente já tem um dado, que é um dado bastante importante, que mostra que essa vacina, em dose única, protege em 80% contra qualquer caso de dengue sintomática. E com base nesse dado de dois anos, que é o desfecho primário do estudo, a gente já está preparando e fazendo a submissão para a agência regulatória para que Anvisa possa avaliar esse imunizante do Butantan. A gente pretende terminar a submissão para Anvisa no segundo semestre desse ano e estamos otimistas que a vacina vai estar entre nós no ano que vem”.

Fernanda disse que ainda não é possível avaliar a necessidade de uma dose de reforço, como acontece com a vacinação contra o coronavírus, e explicou que a imunização contra a dengue com a vacina do Butantan será feita em dose única, ao contrário do que ocorre hoje com a Takeda, que está em circulação hoje no SUS e exige duas doses.  

“É uma vacina em dose única, todos os estudos e tudo que a gente está avaliando até aqui é para uma única dose para imunização. A gente vai ter uma dose de reforço, como a gente teve em alguns momentos com febre amarela, que depois de 10 anos precisava tomar uma dose de reforço ou tétano? Essa é uma pergunta que a gente ainda não pode responder e a gente vem acompanhando nos voluntários do estudo para entender como se comporta esse nível de anticorpos, se ele vai caindo gradualmente. A gente vai seguir acompanhando pra avaliar se haverá necessidade de uma dose de reforço ou uma dose única protege permanentemente. As duas possibilidades estão em aberto e a gente vai estar fazendo esse segmento e se precisar de reforço a gente vai obviamente comunicar o ministério (da Saúde) e a população”, disse.

A diretora médica do Butantan ainda destacou que a vacina produzida pelo instituto é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos de dengue que estão em circulação. “Ela tem os quatro vírus vivos atenuados para que a gente possa gerar a imunidade contra os quatro. A gente vai vendo os voluntários do estudo que pegam dengue e vai avaliando qual é o sorotipo que eles tiveram para entender essa proteção. Durante o nosso estudo, que foi feito exclusivamente aqui no Brasil, em 16 centros de pesquisa brasileiros, só tivemos circulação de dengue 1 e dengue 2. É importante mensurar que é muito difícil um momento epidemiológico em que mais de um soro ou tipo de dengue circula ao mesmo tempo e está acontecendo agora, que é um dos fatores que faz a essa epidemia ser tão mais crítica do que outras que nós tivemos”, disse.

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