Esporte

Torcedor do Olimpia ganha camisa de Bruno Henrique

Uma foto repercutiu nas redes sociais após a vitória do Flamengo por 4 a 1 sobre o Olimpia, na noite desta quarta-feira, pela Libertadores. Não foi a imagem de Gabigol, Arrascaeta ou Vitinho, os goleadores do jogo, mas de um torcedor do clube paraguaio presenteado com a camisa de Bruno Henrique. Apesar da derrota, ele exibe o agrado com um sorriso no rosto.

O torcedor é Arturo Martinez, de 37 anos. E não é apenas torcedor, mas também um dos treinadores das categorias de base do Olimpia. Em entrevista ao ge, ele relatou uma conversa que teve com Bruno Henrique pouco antes de receber a camisa, enquanto o jogo ficou paralisado por 11 minutos para atendimento médico ao lateral Victor Salazar, do time paraguaio, no primeiro tempo.

– Quando o Salazar caiu, o Bruno Henrique encostou na ambulância do Olimpia. Eu estava a cerca de um metro dele. Os torcedores começaram a insultá-lo bastante. Então falei para ele não se importar, que acontecia em todo lugar, no Paraguai, na Argentina, no Brasil… E ele me disse que já estava acostumado, para que eu não me preocupasse também. Comentei que o Arrascaeta tinha acertado o Salazar, ele respondeu que o VAR iria ver. Retruquei que o VAR não liga para nós, e, sim, para eles (Flamengo). Ele respondeu que não tinha culpa disso. Depois me agradeceu e a partida recomeçou – comenta o torcedor.

 
Quando o primeiro tempo acabou, ele veio na minha direção e eu perguntei: ‘Vai me presentear com a camisa?’. Ele disse: ‘Agora?’. Falei que sim. Ele tirou, me deu e agradeceu pelas palavras de antes”.
— Arturo Martinez, torcedor do Olimpia

Arturo explica sua atitude citando o próprio trabalho nas categorias de base do Olimpia. Ele entende que deve dar exemplo aos demais, repudia ofensas racistas e não concorda com qualquer tipo de insulto aos atletas à beira do campo. Renato Gaúcho e Gabriel relataram, após a partida de quarta, que a delegação rubro-negra sofreu racismo.

— Eu odeio todo tipo de insulto, odeio racismo. Sou treinador, trabalho com garotos, tenho que repudiar isso e promover o bem. O Bruno Henrique se surpreendeu e creio que foi por isso que me presenteou. Algumas pessoas acharam que eu gritei pedindo a camisa, mas não foi isso. Ele quem veio até mim, eu só perguntei. E ele me deu porque gostou da forma como conversamos. Muitos me criticaram e muitos me aplaudiram por isso.

 
 

O paraguaio ainda considera que o número 27 do Flamengo deveria jogar no futebol europeu.

— Eu acho que o Bruno Henrique não tinha de estar no Flamengo, mas, sim, na Europa. Se pudesse, eu diria para que ele jogue no Real Madrid, que é o meu time na Europa. Ele é extraordinário, pessoalmente e como jogador. Gosto muito dele e do Gabigol. O caráter do Gabigol não me atrai tanto, gosto dele dentro de campo. Mas é notável que o Bruno Henrique é uma grande pessoa.

Arturo entende que Arrascaeta deveria ter sido expulso no lance com Salazar e a partida poderia ter tomado outro rumo. Mas também afirma que o Flamengo foi bem superior na etapa final e que uma classificação rubro-negra é justa. Com o placar do primeiro jogo, o time carioca avança de fase até com uma derrota por 3 a 0 na próxima quarta.

— Só um milagre para nos salvar. No segundo tempo, o Flamengo passou por cima, porque tem jogadores de mais qualidade. O Flamengo faz isso com qualquer argentino, chileno… só quem pode parar o Flamengo é outro brasileiro.

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