Vacinas: governador alerta presidente do Senado sobre isolamento do Brasil
O governador Wellington Dias (PT) se reuniu nesta quarta-feira (19) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e alertou o parlamentar da possibilidade de o Brasil ficar isolado na pandemia diante da baixa vacinação contra a covid-19. De acordo com o governador, em vários países que mantém relação com o Brasil, o índice de cobertura vacinal já chega a 60% da população. Da audiência também participou o senador Rogério Carvalho, de Sergipe.
“A preocupação que trouxe aqui é que países no qual o Brasil tem intensa relação estão chegando a imunização em massa, com mais de 50% vacinados, e isso coloca o Brasil em um risco de isolamento. Por isso, a necessidade de integração de esforços para que a gente tenha mais vacina e o mais cedo possível, em maio, junho”, afirmou o governador, que é presidente do Consórcio Nordeste e coordenador da temática vacina no Fórum dos Governadores do Brasil.
Dias ressaltou ainda que, para o Brasil chegar a 60% de imunização em agosto, é preciso esforço para que haja produção nacional do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), a matéria-prima das vacinas. O uso de novos imunizantes também é apontado pelo governador como medida para aumentar a vacinação.
“Precisamos das condições de produção no Brasil do IFA e, ainda, junto à Anvisa, tratar de outras vacinas que dependem de autorização. Desta forma, também chegar com o Brasil nesse hall de países que tem mais de 60% vacinado, se Deus quiser em agosto”, afirmou.
Outra preocupação do governador é com uma possível 3ª onda da covid-19 no país. “Nós fizemos com preocupação um alerta de que estamos em um nível de transmissibilidade elevado com risco ainda de 3ª onda, não sei como se classifica. Do outro lado precisamos de um cronograma de vacina para que a gente possa acelerar”, declarou.
Pacheco elogiou o “ambiente harmônico” de como os governadores estão tratando a pandemia e disse que, mesmo com o Ministério de Saúde se dedicando na compra de vacinas, é preciso sempre correr atrás da antecipação de chegada de imunizantes ao país.
“Esse ambiente harmônico, de pacificação e convergências de ideias, é o que eu tenho pregado aqui desde o início e é muito importante que nós mantenhamos essa lógica de união e coordenação. Sempre escravos da medicina, da ciência, dos bons propósitos científicos no enfrentamento da pandemia. Hoje conversamos sobre diversos temas e o principal deles é a vacina, de como nós vamos conseguir aumentar a escala de vacinação”, afirmou o senador, destacando que é sempre importante ouvir os estados.
“Devo reconhecer que o trabalho do Ministério da Saúde tem sido de muita dedicação. A última notícia da contratação de mais 100 milhões de doses da vacina da Pfizer, que somam aos 100 milhões já adquiridos para que tudo isso seja entregue ao longo de 2021, é muito importante e gera muita esperança. Mas nós devemos buscar insistentemente a antecipação desse cronograma e ao mesmo tempo buscar fortalecer o Butantan e a Fiocruz para que tenhamos a produção nacional da vacina. Trabalhar também com a Anvisa sem o atropelo técnico-cientifico para que sejam aprovadas as vacinas ainda pendentes. É muito importante ouvir os estados e governadores para saber seus dilemas”, acrescentou.
Fonte: Cidadeverde.com