DestaquePolicia

Vereadora Tatiana Medeiros é indiciada pela Polícia Federal; veja os crimes

A Polícia Federal do Piauí indiciou a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) por uma série de crimes que envolvem organização criminosa, corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos. Tatiana está presa há 13 dias, suspeita de integrar uma facção criminosa e de atuar em um esquema de compra de votos.

Além da parlamentar, também foram indiciados o seu namorado, Alandilson Cardoso Passos — preso em Minas Gerais — e seu padrasto, Stênio Ferreira Santos. A investigação é conduzida pelo delegado Daniel Alves, que preside o inquérito.

Veja os crimes atribuídos a cada investigado:

Tatiana Medeiros:

  • Organização Criminosa (Lei nº 12.850/2013, art. 2º);

  • Corrupção Eleitoral (art. 299 do Código Eleitoral);

  • Falsidade Ideológica Eleitoral (art. 350 do Código Eleitoral);

  • Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9.613/1998, art. 1º);

  • Apropriação Indébita (art. 168 do Código Penal);

  • Peculato-desvio (rachadinha) (art. 312 do Código Penal).

Alandilson Cardoso Passos:

  • Organização Criminosa;

  • Corrupção Eleitoral;

  • Lavagem de Dinheiro;

  • Usura (cobrança de juros abusivos);

  • Violação do Sigilo do Voto.

Stênio Ferreira Santos:

  • Organização Criminosa;

  • Corrupção Eleitoral;

  • Lavagem de Dinheiro;

  • Usura;

  • Apropriação Indébita;

  • Peculato-desvio (rachadinha);

  • Violação do Sigilo do Voto.

Instituto “Vamos Juntos” e esquema de compra de votos

Segundo a PF, Stênio Ferreira atuava como intermediador da vereadora em transações ligadas à compra de votos e à lavagem de dinheiro, utilizando o Instituto “Vamos Juntos”, fundado por Tatiana Medeiros. Durante uma operação de busca e apreensão na sede da ONG, foram encontrados documentos com listas de eleitores e um relatório nomeado “Relatório Votos Válidos”, com registros de pagamentos feitos via Pix a lideranças e eleitores.

A Polícia também recuperou dados que haviam sido apagados de aparelhos eletrônicos da parlamentar, reforçando os indícios do esquema ilícito. Diante das evidências, a Justiça determinou a suspensão das atividades do Instituto.

A investigação revela ainda que os votos eram comprados por R$ 100, pagos via Pix, e que a articulação contava com o apoio de familiares da vereadora. Em um dos áudios interceptados, o namorado de Tatiana afirma ter investido R$ 1 milhão na campanha dela, além de sugerir que uma facção criminosa teria uma representante dentro da Câmara Municipal de Teresina.

Na última segunda-feira (14), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI) manteve a prisão preventiva da parlamentar.

A reportagem permanece aberta para eventual manifestação da defesa da vereadora Tatiana Medeiros e dos demais citados.