Vereadora Tatiana Medeiros passa mal após descoberta de celular e tablet em cela no QCG
A vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa desde o início de abril no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí (QCG), passou mal na tarde desta terça-feira (20) e precisou receber atendimento médico. Duas enfermeiras do Hospital da Polícia Militar foram deslocadas até o local para realizar uma avaliação inicial e decidir se há necessidade de transferência para uma unidade hospitalar da capital.
O episódio ocorreu poucas horas após uma vistoria de rotina identificar um celular e um tablet escondidos na cela onde a parlamentar está detida. A descoberta dos equipamentos eletrônicos causou forte repercussão e abriu novas frentes de investigação.
Local inadequado e possível transferência
Tatiana está presa em um alojamento feminino improvisado dentro do QCG, local considerado inadequado para custódia, segundo o coronel Scheywvan Lima. Ele descreveu o espaço como um corredor com grande fluxo de pessoas, o que compromete tanto a segurança quanto a privacidade da detenta.
“A possibilidade de transferência para as dependências do BOPE foi considerada, mas infelizmente o único espaço disponível já está ocupado por outro preso, também advogado. O local atual é um corredor com muito trânsito, sem estrutura adequada. No BOPE, ela teria mais conforto, segurança e condições melhores para receber visitas e cumprir o banho de sol”, explicou o coronel.
Avaliação médica e estado de saúde
Após o mal-estar, a vereadora permanece sob acompanhamento médico. Seu estado de saúde ainda não foi detalhado, mas a hipótese de internação não foi descartada pelas autoridades. A Polícia Militar informou que todas as providências necessárias estão sendo tomadas para garantir os direitos da parlamentar durante o período de custódia.
Aparelhos encontrados e confissão
Durante a inspeção, a Polícia Militar encontrou os aparelhos escondidos na cela de Tatiana Medeiros. Segundo o coronel Scheywvan Lima, a própria vereadora confessou que os dispositivos foram entregues por seu advogado. A declaração foi registrada em vídeo e presenciada por várias testemunhas, conforme relatou o oficial à imprensa.
“Ela relatou que recebeu do seu advogado. Está filmado, está gravado e com testemunhas”, afirmou.
A Polícia Militar comunicou o ocorrido à Corregedoria, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), à juíza responsável pelo caso e à Polícia Federal, que já requisitou os aparelhos para realização de perícia. Assim que o ofício formal for emitido, os dispositivos serão encaminhados para análise técnica.
A investigação segue em andamento, e os laudos periciais devem ajudar a esclarecer como os equipamentos chegaram à cela e se houve envolvimento de terceiros, incluindo a equipe de defesa da vereadora.