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Vídeo mostra policial atirando à queima-roupa em assessor após discussão em hotel

Imagens revelam detalhes do assassinato do empresário e assessor parlamentar Marcelo dos Anjos Abitan da Silva, de 49 anos, ocorrido após uma discussão sobre uma parada irregular na entrada de um hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Um dos vídeos capturou o momento do crime: o policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão atira à queima-roupa em Marcelo, que caminhava em sua direção durante a discussão. Raphael, investigador da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, está preso e responderá pelo homicídio. Sua defesa alega legítima defesa, argumento contestado pela família da vítima.

Câmeras de segurança registraram os minutos antes e depois do crime. Às 2h37 do dia 19 de janeiro, Raphael tentou acessar o estacionamento do hotel onde residia, mas não conseguiu. Ele deixou sua caminhonete preta estacionada na entrada e entrou no prédio. Três minutos depois, Marcelo chegou em seu carro branco, buzina e pisca os faróis, já que a caminhonete bloqueava a passagem.

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Às 2h46, Raphael reaparece no corredor com dois cachorros e, pouco depois, é informado por um funcionário sobre o carro parado atrás do seu veículo. Às 2h50, os dois iniciam uma discussão acalorada.

Em meio ao confronto verbal, Raphael saca uma arma e ordena que Marcelo se afaste. Apesar do aviso, Marcelo caminha lentamente em sua direção. O policial então faz um disparo que atinge o abdômen do empresário. Marcelo tenta recuar, mas é alvejado novamente com dois tiros nas costas. Após ser ferido, ele teria dito: “Pra que isso? Pra que isso?”. Uma testemunha teria repreendido o policial, dizendo: “Irmão, desnecessário. Não precisa disso”, ao que Raphael respondeu: “Agora deu nisso aí. Chama a polícia”.

Depois do disparo, Raphael permaneceu no local por cerca de 10 minutos. Ele entrou no prédio, trocou de roupa e fugiu em sua caminhonete, quebrando a cancela do hotel ao acelerar. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas Marcelo já estava morto ao serem constatados os ferimentos.

Segundo o Instituto Médico-Legal (IML), Marcelo morreu por hemorragia interna causada por três tiros. Os disparos atingiram órgãos vitais, como fígado, rins, pâncreas e estômago.

Marcelo dos Anjos foi morto pelo policial Raphael Pinto - Foto: ReproduçãoMarcelo dos Anjos foi morto pelo policial Raphael Pinto – Foto: Reprodução

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) solicitou a prisão de Raphael, justificando que o crime foi resultado de uma discussão banal e desproporcional, evidenciando comportamento agressivo do acusado. Raphael se entregou à polícia no dia 21 e foi transferido para a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, destinada a policiais civis.

Neste domingo (26), a defesa de Raphael declarou que não pode fornecer detalhes do caso, pois o inquérito está sob sigilo. Os advogados alegam que o policial agiu em legítima defesa para evitar uma agressão iminente e ressaltam que ele possui 16 anos de serviço na corporação, com mais de 10 menções honrosas.