Vitória pode ter sido morta por ciúmes do atual namorado do ex; polícia segue com buscas

A Polícia Civil fez buscas na manhã desta sexta-feira (7) em uma mata na região de Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo, por suspeitos de assassinarem a jovem Vitória Regina de Sousa. Ela ficou desaparecida por uma semana e foi encontrada nua, degolada e com os cabelos raspados na quarta-feira (5).
A principal linha de investigação dos policiais é de que o autor, um homem chamado Daniel, tem um relacionamento amoroso com um ex-namorado da vítima, Gustavo Lira, e teria ciúmes de Vitória.
Outros dois comparsas teriam ajudado Daniel a matar a jovem. Os três são procurados por policiais nesta sexta.
“As circunstâncias do crime seguem em investigação pela Delegacia de Cajamar. Na manhã desta sexta-feira (7), policiais fazem diligências visando localizar suspeitos de envolvimento no caso”, afirmou a Secretaria de Segurança Pública em nota.
Há a possibilidade, ainda segundo policiais, do suspeito de assassinar a adolescente ter envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital). De acordo com o delegado Aldo Galiano Junior, da Delegacia Seccional de Franco da Rocha, a suspeita se dá pela forma como o corpo da jovem foi encontrado.
“A raspagem do cabelo costuma ser um sinal das facções, de mandar um recado”, afirmou.
A Polícia Civil chegou a pedir a prisão de outro ex-namorado de Vitória, Gustavo Vinicius Moraes, na quinta-feira (6), por inconsistências no depoimento, mas a Justiça negou, destacando que não havia provas de que ele assassinou a jovem.
O caso
Moradora de Cajamar, na Grande São Paulo, Vitória trabalhava como operadora de caixa em um restaurante de shopping no centro da cidade. Como voltava tarde da noite, costumava ser buscada pelo pai no ponto de ônibus. Naquele dia, o carro da família estava quebrado e ela teve que fazer o trajeto sozinha.
O trajeto de uma hora exigia que ela pegasse dois ônibus. Enquanto aguardava o primeiro, ela demonstrou medo nas mensagens enviadas a uma amiga: “Tem uns meninos aqui do meu lado, tô com medo”.
Vitória estava no bairro de Polvilho e seguiria para a região de Ponunduva. O ônibus chegou, e a jovem avisou que os suspeitos embarcaram com ela: “Os dois pegaram, o outro acabou de vir pra trás”.
Imagens de segurança mostram Vitória no ponto de ônibus e os rapazes ao redor. Ela entra no veículo. Pouco depois, tenta tranquilizar a amiga: “Amiga, tá de boa, nenhum desceu no mesmo ponto que eu, então tá de boaça”.
Segundo o motorista do coletivo, Vitória desceu sozinha no ponto de sempre, em uma estrada de terra no bairro Ponunduva, região de chácaras onde mora com a família.
A jovem também contou para a amiga, em áudios, que um carro passou devagar e os ocupantes a chamaram de “vida”, o que a deixou assustada. O carro foi visto por testemunhas parado em frente ao ponto de ônibus onde Vitória desceu e desapareceu. Os peritos revistaram o veículo e usaram o sistema Afis, que detecta as impressões digitais para relacionar com dados registrados no Sistema de Reconhecimento de Pessoas.