Wellington Dias diz que Brasil terá meta de investimentos
O ex-governador do Piauí, Wellington Dias, que assumiu papel central na coordenação da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem participado também de conversas com empresários para preparar o terreno para um novo governo petista.
Nestes diálogos, ele antecipou que o Brasil terá uma meta de investimentos. “Temos na lei um limite de despesa de folha de pagamento, de endividamento, mas faltou uma meta para investimentos. No Piauí, fizemos uma meta. Em vez de fazer essa lei do teto de gastos (regra que atrela o crescimento das despesas à inflação) perversa, a nossa lei é com uma meta para investimentos. Propomos alcançar 5% da receita corrente líquida de investimentos, depois 10%, 12% e em 2021 alcançamos 15%”, disse ele à jornalista Adriana Fernandes, do Estado de S. Paulo. “Quando se tem meta de investimento, não pode ter reajuste além da inflação se não tiver alcançado a meta de investimento. Faz toda a máquina do Estado acordar com um plano para crescer a economia.”
Wellington também afirmou que os empresários não devem ter receio de um novo governo Lula. “Às vezes eu vejo os empresários nervosos em relação ao Lula, mas ele é o mais conhecido. É o Lula que já passou oito anos na Presidência. Eu tenho participado de várias rodadas, pelo menos quatro delas nos últimos dias, com setores empresariais mostrando que não há razão para isso. É interessante que os empresários internacionais já colocam abertamente a importância do Lula e não do Bolsonaro como melhor para os seus negócios, com mais segurança. São rodadas que os próprios empresários estão organizando de forma reservada. Quando a gente começa a lembrar, tínhamos em 2003 um país com inflação alta, endividamento externo, sem reservas internacionais. O País precisava ter empréstimo do FMI para fechar o balanço de pagamentos e endividamento interno elevado por conta dos juros altos. O País com nível de desconfiança e insegurança bem elevado. Quem assumiu? Lula. Por que ter medo do Lula se foi ele quem foi atrás do Henrique Meirelles e do Luiz Fernando Furlan para ter um plano de desenvolvimento, indústria e comércio, do Roberto Rodrigues para Agricultura. O Lula sabe que ao fazer um campo amplo precisa governar com a participação desses que querem com ele assumir responsabilidade trabalhando juntos. Não tenha dúvida, que vai ter coragem de um plano nacional, controle das contas e uma meta para o País voltar a crescer. Por isso, precisa de mais pessoas participando desse processo. O que o Lula diz em todo lugar é nada de sapato alto, nada de já ganhou. Tem uma eleição e uma equação política difícil. Vai ser um plano liderado por Lula junto com o Alckmin, mas a proposta pactuada com esse campo amplo”, disse ele.