Sociedade

Mano Brown defende rappers emergentes: “Tem gente que não gosta de ver o preto rico”

 

Aos 51 anos, Mano Brown vê com orgulho a explosão de novos nomes no rap brasileiro, que dominam as paradas de sucesso atualmente. Ao ser questionado sobre o que acha de artistas como DjongaCabelinhoManeirinhoL7NNON e Chris, o veterano tem só elogios e critica quem é contra os artistas emergentes, que ostentam seus carrões, joias e mansões nos videoclipes.

“Tem gente que não gosta de ver o preto rico. As pessoas falam: ‘Esse moleque está aí já milionário. Bom é o outro artista que ainda está pobre’. Não entendo. Bom é ver o preto bem… Essa coisa do hip hop fazer sucesso e fazer o artista viver do rap é nova. Posso dizer que há 10 anos não era assim. De 500 caras, dois faziam sucesso. Nós moramos no país do samba, do futebol, do agronegócio que investe pesado no sertanejo”, aponta.

Mano reforça o poder por trás de cantores periféricos em destaque. “Essa molecada representa a nova geração e ela não espera. Eles chegaram e invadiram com talento e bilhões de views o mercado fonográfico. Isso de ganhar dinheiro com o rap é muito novo. Esses moleques não vieram para ser sobrevenientes. Dinheiro na mão deles vai fazer a diferença no Brasil. Esse é o novo Brasil”, acredita.

Mano ainda fala da importância do movimento rap na sua vida. “Sem o hip hop eu não seria nada. Eu era um moleque de 17 anos com a cabeça vazia. Eu renasci ali. O rap é a minha vida. Entrar no Racionais me fez começar bem de baixo e ter essa noção e conhecimento que tenho hoje… Aprendi muito e continuo aprendendo até hoje”, admite.

Conhecido por dar sua opinião forte sobre qualquer assunto em discussão na sociedade, ele afirma que jamais será uma personalidade pública em “cima do muro”. “Sou um cara muito contestado, graças a Deus, porque Quem escolhe um lado, nunca será neutro. Nunca fui neutro. Tenho minhas ideias, que nem sempre o coletivo concorda e disso não abro mão”, conclui.

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