Em Novo Oriente, alunos retornam às salas após prefeito suspender aulas para conter gastos
Após 10 dias com as aulas suspensas, os estudantes do município de Novo Oriente, no Centro-Sul do Piauí, começaram a retornar às escolas nessa semana. As atividades educacionais presenciais foram suspensas pelo prefeito Afonso Sobreira (Progressistas) no dia seis de setembro sob alegação das dificuldades financeiras que o município sofreu com a queda de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O gestor explicou que as aulas retornaram gradativamente desde o início da semana e todas as escolas irão funcionar nesta quarta-feira (20). “As aulas já começaram a retornar em todo o município de Novo Oriente. Amanhã todas as estarão funcionando normalmente”, afirmou.
O gestor apresentou que o município aplica mensalmente R$ 40 mil na alimentação escolar, sendo que os repasses federais só chegam a R$ 6.800,00. No transporte escolar a situação não é diferente. Segundo Afondo Sobreira, o dinheiro repassado pelo governo é de R$ 9.700,00, mas são gastos R$ 54 mil.
Com a queda do FPM, que somou R$ 170 mil nos meses de junho, julho e agosto, o prefeito comentou que foi preciso realizar ajustes, o que incluiu a suspensão das aulas. “A suspensão foi para fazermos uma adequação na nossa rede, uma nucleação. Tínhamos escolas com oito alunos e quatro funcionários. Fizemos todo o procedimento, nucleamos cinco escolas e agora temos as salas com a quantidade de alunos e professores ideais”, defendeu.
Em audiência na última sexta-feira (15), o promotor titular da 2ª Promotoria de Justiça de Valença do Piauí, Sinobilino Pinheiro, disse que desconhecia a suspensão das aulas em Novo Oriente e recomendou que no prazo de cinco dias para que a prefeitura municipal retornasse com as atividades presenciais.
Na audiência virtual que contou com a participação do prefeito do município, auditores de controles externo do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) alertaram para o prejuízo que os estudantes poderiam ter com a suspensão das aulas, mesmo com os problemas financeiros apresentados pelo gestor.