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Exumação não encontra bebê em ventre de grávida assassinada na Zona Oeste do Rio

 

Resultados preliminares da exumação do corpo da manicure Thaysa Campos dos Santos, de 23 anos, grávida de oito meses que foi morta em setembro , confirmaram que o bebê esperado por ela não estava no ventre da vítima. A conclusão é a mesma de um laudo cadavérico, feito por um legista na época do assassinato, no Instituto Médico-Legal do Rio. Por conta do adiantado estado de decomposição do cadáver, não foi possível detectar em nenhum dos exames a causa da morte da manicure.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que tenta saber quem matou Thaysa e o que aconteceu com Isabella, nome que havia siso escolhido pela vítima para o bebê. Durante os exames feitos após a exumação, uma perita especializada em antropologia forense, especialidade que busca, entre outras coisas a causa de uma morte, recolheu amostras da medula óssea da jovem assassinada. Elas serão examinadas e caso estejam preservadas, passarão por análise toxicológica. O resultado poderá esclarecer, por exemplo, se a vítima teria sido obrigada a ingerir algum medicamento abortivo para expelir o bebê. Ainda não há prazo estabelecido para o exame toxicológico ficar pronto.

 

Para Nelson Massini, professor de medicina legal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que no início de julho analisou o laudo cadavérico da vítima a pedido do EXTRA, a tentativa de encontrar produtos químicos na medula óssea da manicure é válida para ajudar a esclarecer o caso.

— Se a medula encontra-se melhor guardada, os fenômenos destrutivos demoram mais tempo para chegar nela. Nessa caso se o exame indicar que ela está preservada deve ser tentado uma análise para se buscar impregnação substâncias químicas — disse Massini.

A exumação do corpo de Thaysa ocorreu na última sexta-feira, no Cemitério da Penitencia, no Caju.

Ela desapareceu no fim da noite do dia 3 de setembro de 2020, quando foi buscar uma bolsa de gestante na casa de uma amiga. No dia 10 do mesmo mês, o corpo da manicure foi encontrado no leito da linha férrea, em Deodoro. Imagens de câmeras de segurança, que estão com a polícia, revelaram que a vítima foi arrastada por um homem para as proximidades do local onde apareceu morta.

Segundo laudo cadavérico, ao qual o EXTRA teve acesso, a perícia realizada no corpo não localizou vestígios de placenta, ou cortes na barriga, que pudessem indicar a retirada do feto por ato cirúrgico. Mas o documento deixa claro que a manicure deu à luz. O laudo, no entanto, não indica se isso ocorreu quando Thaysa ainda estava viva ou já depois de ter sido assassinada.

Inicialmente, a investigação da morte de Thaysa foi feita por policiais da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). Em abril último, o caso foi remetido para a Delegacia de Homicídios da Capital. A polícia investiga a hipótese de que o crime esteja relacionado com o bebê que a manicure esperava e que tinha previsão de nascer em outubro. A criança é fruto de um relacionamento da manicure com um homem casado.

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