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Ministro Wellington Dias destaca a necessidade de diálogo e gestos para fortalecer o governo e alcançar diferentes eleitorados

Responsável pelo Bolsa Família, uma das principais vitrines da gestão petista, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social) reconheceu, em entrevista ao GLOBO, que o governo precisa aprofundar as negociações com o Congresso para minimizar os desgastes que tem enfrentado. Para ele, os auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm que criar um “ambiente de menos tensão”. Dias defendeu, ainda, que o chefe do Executivo participe mais da articulação política e afirmou que o equilíbrio fiscal pode ocorrer em conjunto com a prioridade no social.

Pesquisas identificaram a queda na aprovação do governo. Por quê?

É normal que comparem o governo Lula 3 com o Lula 2 (2007 a 2010). Ali, nós tínhamos outro Brasil, com 80% de aprovação, mas nem sempre foi assim. No primeiro mandato, só conseguimos organizar uma base política na metade de 2004 (segundo ano de gestão). Vamos precisar de pelo menos esses dois primeiros anos para ganhar confiança. O lado positivo é que as pessoas reconhecem que a vida melhorou. Temos acertos no social: retiramos 13 milhões de pessoas do mapa da fome no ano passado.

O governo vai ter que fazer mais concessões para organizar a base política?

Precisamos de mais diálogo. O presidente está certo quando chama para que não seja uma tarefa apenas do ministro de Relações Institucionais (Alexandre Padilha) e que seja de todo o time, para que possamos ir a cada estado conversar com os parlamentares, a partir daqueles que já compreendem a importância de assumir-se como governo.

Mas como melhorar essa relação? Uma reforma ministerial?

Já temos um quadro feito em relação à composição com os vários partidos. A mudança no Ministério do Esporte, por exemplo, foi uma reforma (a saída de Ana Moser para a entrada de André Fufuca, do PP). Com a divisão em alguns desses partidos, é preciso dialogar em busca de uma mesma posição. Muitas vezes um parlamentar tem uma base política que rejeita o governo. Quando a gente se abre para conversar com essa base, às vezes formada por evangélicos, empresários, agronegócio, aparecem coisas para as quais podemos dar solução. Essa operação envolve uma orquestra grande.

Vê dificuldades em furar a bolha para que as mensagens do governo cheguem aos eleitores de Bolsonaro?

Precisamos fazer gestos. Informações distorcidas chegam aos evangélicos. O que há de diferente entre o Lula de 2024 e o de 2009? É o mesmo Lula que acredita em Deus.

 

 

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