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Reeducandos do sistema prisional têm novas perspectivas de vida através do trabalho

O trabalho e a educação são ferramentas imprescindíveis para a ressocialização no sistema prisional. No Piauí, aproximadamente 10% da população carcerária realiza alguma atividade de trabalho, conforme o censo carcerário realizado em 2023 pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Entre os que compõem esse percentual, seis deles buscam reconstruir suas vidas através do trabalho em uma fábrica de rações em Altos.

Seja no controle e planejamento administrativo ou na produção, o grupo de reeducandos da Colônia Agrícola Major César está tendo a oportunidade de buscar a mudança de vida na fábrica da Agroceva, empresa especializada em ração animal.

Há cerca de 1 ano e 3 meses na empresa, o reeducando Francisco Erisson trabalha diretamente na produção dos alimentos. Ele ressalta que o aprendizado adquirido por ele e por seus colegas tem trazido novas perspectivas. 

“Hoje estou tendo a oportunidade de estar me ressocializando ao meio da sociedade. Já vou sair com um emprego garantido, ao qual o dono da empresa já me propôs essa oportunidade devido ao meu desempenho e dos meus colegas. Aqui, somos uma equipe. Graças a Deus, eu tenho uma outra visão de vida, ou seja, uma melhora que sirva de exemplo para aqueles que estão lá dentro com a mente ocupada em outras coisas. Que eles possam refletir que há, sim, uma oportunidade, uma luz no fim do túnel. Se nós quisermos, podemos sim mudar essa história”, disse o reeducando.

Outro reeducando que participa desse trabalho é Mikaell Andrade. Ele faz a parte de escritório, com o controle de planilhas das produções. “A gente faz um balanço do que produzimos, das vendas, a produção da semana. Agradeço a Deus e à administração da Major César pela oportunidade. Muitas pessoas necessitam dessa oportunidade para mudarem seus quadros de vida”, frisou o interno. 

O gerente da empresa, Pablo Diógenes, afirma que os reeducandos que ali estão trabalham com dedicação e empenho. “A empresa contribui com a ressocialização dos internos. Hoje trabalham seis com a gente. São muito bons, muito trabalhadores. Eles fazem parte da linha de frente de produção. Já estamos há mais de dois anos com esse trabalho com internos”, comentou o gerente.

De acordo com a Lei de Execuções Penais (LEP), o trabalho externo é remunerado e não pode ser inferior a ¾ (três quartos) do salário mínimo. Além da remuneração, a cada três dias de trabalho, um dia é reduzido da pena, conforme rege a legislação.

O secretário de Justiça, Coronel Carlos Augusto, acredita em ações que envolvem o trabalho e o estudo como ferramentas de ressocialização no sistema prisional. “Acreditamos no trabalho e no estudo como pilares da ressocialização. Seguimos firmes no comando do nosso governador Rafael Fonteles, que nos determinou a reconstrução do sistema penitenciário do Piauí”, frisa.

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