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SAF investe em parcerias visando a capacitação de apicultores para coleta e manipulação de apitoxina

A Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) tem parcerias com instituições de ensino e de pesquisa no processo de capacitação para coleta e manipulação da apitoxina (veneno da abelha), na região de Piracuruca. Foi o que informou o diretor de Projetos dos Territórios do Semiárido da SAF, Francisco das Chagas Ribeiro Filho, o “Chicão”.

O gestor destacou que o estado do Piauí tem uma cooperativa em condições de produzir e comercializar a apitoxina. Este é um produto complexo, comercializado exclusivamente para a indústria farmacêutica. “O produto é um veneno e, portanto, requer muito cuidado na produção e manipulação”, esclarece Chicão.

A Cooperativa do Desenvolvimento do Vale do Rio Piracuruca (CODEVARP) tem Selo de Inspeção Federal (SIF) para a apitoxina e já pode comercializar a matéria prima. Ainda está pleiteando junto a Anvisa a autorização para comercializar o remédio manipulado, mas o foco da cooperativa é mesmo produzir a matéria prima.

A apitoxina é o carro chefe atualmente da indústria farmacêutica para os medicamentos utilizados na reumatologia, embora existam estudos para outras aplicações terapêuticas. O forte da apitoxina é sua aplicação na prevenção, alívio e combate às doenças reumáticas.

O Piauí lidera a exportação de mel, principalmente nos primeiros meses do ano e está na expectativa de fechar mais um ano liderando as exportações do produto. “Quanto à apitoxina, ainda temos muito comércio não legalizado em todos os estados e por isso é praticamente impossível se conseguir dados confiáveis. O que se pode afirmar é que temos o primeiro laboratório de extração da apitoxina, certificado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Estamos agindo com muita cautela para garantir esse pioneirismo de forma responsável”, frisou o diretor.

O Piauí segue rumo a consolidação como estado grande produtor de mel. Existem pequenos problemas localizados, relacionados a condições climáticas desfavoráveis, desmatamentos desordenados, uso de agroquímicos e desestímulo pelo desaquecimento do mercado do mel (só agora está retomando). Mas no geral, o estado tem uma boa safra.

Os principais municípios exportadores de mel são: Oeiras, Picos, Simplício Mendes e São Raimundo Nonato, onde se concentram as principais cooperativas e empresas exportadoras. Os principais países importadores de mel do Piauí são Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália e Inglaterra. O volume de recursos que as exportações de mel gera para a economia do Piauí é de 100 milhões de reais por ano.

Os incentivos que a SAF proporciona para os apicultores são: implantação de projetos de apoio a apicultura com a construção, reforma e ampliação de unidades de processamento de mel (Casas de Mel), distribuição de colméias, equipamentos apícolas (centrifugas, decantadores, mesas desoperculadoras, cilindros alveoladores de cera. A SAF fornece também indumentária apícola (macacão, máscara, luvas e botas), além de embalagens, recatingamento com o plantio de plantas melíferas e capacitações, acompanhamento técnico e intercâmbios.

A geração de emprego e renda tem aumentado nesse setor. No semiárido piauiense, a apicultura é a atividade que mais gera renda nos municípios que praticam essa atividade.

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